2024-09-01
22º Domingo do Tempo Comum – Ano B 2024
Leitura da Epístola de São Tiago (Tg 1,17-18.21-22.27)
Ideia principal:
É acolhendo e praticando o “dom perfeito” vindo de Deus - a “palavra da verdade”, que se vive a verdadeira religião, que consiste na caridade e em se permanecer livre do contágio do mundo.
- “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo” (cf. Tg 1,1), assim se apresenta o autor da Carta da qual será extraída a 2ª leitura dos próximos 5 domingos. A tradição liga-o a Tiago, “filho de Alfeu” e “irmão” Jesus, que viria a ser o 1º bispo de Jerusalém, onde, no ano 62, foi martirizado. A Carta não segue um plano doutrinal… a sua preocupação é didática e moralizante: levar os cristãos viver de forma coerente a sua fé.
- É por todos sabido que Lutero não apreciava a Carta de São Tiago. Defendia a salvação pela fé somente, a partir de uma interpretação algo enviusada dos ensinamentos de Paulo nas Cartas aos Romanos e aos Gálatas. Na verdade, Tiago não entra nesta polémica: aquilo que ele defende é a consonância entre a fé e a vida que se leva, e aquilo que Paulo refuta é que a observância da Lei seja o único meio de justificação.
- Embora o autor seja um homem sábio que escreve num grego excelente, como referimos, a Epístola é, de si, pouco estruturada; e a liturgia ainda retalha o texto hoje lido (cf. Tg 1, 2-26), a fim de enunciar com clareza alguns princípios da vida cristã: a alegria nas provações; a escuta e a prática da Palavra; a vivência do “mandamento novo”, a consonância entre e as obras concretas em favor dos irmãos (cf. Tg 2,14-26).
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Ó “Pai das luzes”, Criador do sol, da lua, das estrelas, Tu que na Tua Luz iluminas os caminhos dos homens, és a “palavra da verdade” - a Palavra evangélica que gera uma Vida nova naqueles que a acolhem. Ó Doador da “boa dádiva”, do “dom perfeito”, torna-me dócil às graças que de Ti provêm com abundância, para que o meu coração se converta e eu me comprometa cada vez mais na transformação do mundo. Amem.
LEITURA II – Tiago 1,17-18.21-22.27
Caríssimos irmãos:
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto,
descem do Pai das luzes,
no qual não há variação nem sombra de mudança.
Foi Ele que nos gerou pela palavra da verdade,
para sermos como primícias das suas criaturas.
Acolhei docilmente a palavra em vós plantada,
que pode salvar as vossas almas.
Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes,
pois seria enganar-vos a vós mesmos.
A religião pura e sem mancha,
aos olhos de Deus, nosso Pai,
consiste em visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações
e conservar-se limpo do contágio do mundo.