Novena de São Pio de Pietrelcina

de 14 a 22 de setembro

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Esquema para todos os dias:

- Invocação do Espírito Santo
- Pausa para formular a intenção ou as intenções da novena
- Meditação
- Oração para cada dia da novena
- Coroinha ao Sagrado Cortação de Jesus


Ao Espírito Santo

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do vosso amor.
V/. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R/. E renovareis a face da terra.

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V/. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R/. E renovareis a face da terra.


Oremos. Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos, segundo o mesmo Espírito, conhecer as coisas rectas e gozar sempre das Suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amem.

Pausa para apresentarmos as nossas intenções


Meditação para cada dia da Novena


Primeiro dia
Meditação: Padre Pio e Nossa Senhora


O Padre Pio tinha um amor profundo a Nossa Senhora. Recomendava ele: “Amai Nossa Senhora e tornai-A amada”. Toda a sua vida, desde a infância, foi marcada pela presença da Mãe de Jesus. Nasceu em 1887, a 25 de maio, mês de Maria; o seu batismo foi celebrado na igreja de Santa Maria dos Anjos; era devoto de Nossa Senhora do Livramento, padroeira de Pietrelcina, a sua terra natal, e, desde criança, todos os dias rezava junto da imagem da padroeira. Na cela, tinha um pensamento de São Bernardo: “Maria é a razão da minha esperança”. A 20 de setembro de 1918, quando recebeu os estigmas, teve, como única testemunha, Nossa Senhora “presente” da igrejinha de Santa Maria das Graças. Muitas vezes o Padre Pio referia o consolo da Mãe nos momentos de dor e aflição. Dizia: “Jesus e Maria são como se fossem meus pais”.
O rosário era, para o Padre Pio, motivo para a meditação e instrumento eficaz para a salvação das almas; era uma poderosa arma contra o pecado e o demónio – e isso todos o sabiam. Quando uma das suas filhas espirituais lhe pediu uma regra de vida, o Padre Pio respondeu: “Minha filha, o rosário”. Quantas vezes as pessoas o viram, mesmo com a saúde debilitada, ajoelhado diante da imagem de Nossa Senhora! Nos últimos momentos de sua vida, de terço na mão, repetia: “Jesus, Maria… Jesus, Maria… Jesus, Maria…”.


Oremos

Virtuosíssimo São Pio de Pietrelcina, que tanto amaste Nossa Senhora, e d’Ela, todos os dias, recebias graças e consolações. Suplico-te que coloques nas mãos da Virgem Santa os meus pecados e as minhas orações rotineiras, e, enquanto isso, intercede por mim, para que, como em Caná da Galileia, o Filho atenda à Mãe e o meu nome seja inscrito no Livro da Vida. Amem.


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Segundo dia
Meditação: Padre Pio e os estigmas


O Padre Pio teve abertas no seu corpo, durante 50 anos, as chagas de Cristo crucificado. Por obediência ao seu diretor espiritual, desta graça fez o seguinte relato: “Foi numa sexta feira, na manhã do dia 20 de setembro de 1918. Estava no coro, na ação de graças da missa, e senti que, pouco a pouco, me elevava a uma oração sempre mais suave, até que uma grande luz me encandeou… e apareceu-me Cristo que sangrava abundantemente. Do Seu corpo chagado saíam raios de luz que, como se fossem flechas, me feriram os pés, as mãos e o lado. Quando voltei a mim, estava sozinho e com chagas. As mãos, os pés e o lado sangravam e doíam-me a ponto de não ter força para me levantar. Sentia-me a morrer, e teria morrido se o Senhor não viesse amparar-me o coração que palpitava intensamente. Arrastei-me até à cela. Recostei-me e rezei, olhei outra vez para as minhas chagas e chorei, elevando hinos de agradecimento a Deus”.
O Padre Pio sempre associou a sua estigmatização à visão que havia tido em 7 de abril de 1913: “Jesus de rosto carregado pela dor, olhando para uma multidão de sacerdotes, disse-me: “Eu estarei em agonia até o fim do mundo, por causa das almas que mais privilegiei”.


Oremos

Amado São Pio de Pietrelcina, que trouxeste em teu corpo as marcas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tu, que carregaste a Cruz por todos nós, suportando os sofrimentos físicos e morais que te flagelavam a alma e o corpo num martírio contínuo, intercede por mim junto de Deus, para que saiba aceitar as pequenas e as grandes cruzes da vida, transformando cada sofrimento numa graça que me conduza ao Céu. Amem.


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Terceiro Dia
Meditação: Santo Padre Pio e o demónio


A vida do Padre Pio “é uma saga épica, um corpo a corpo entre um frade e o adversário”. Em boa verdade, a sua luta não foi apenas espiritual, mas também física. Tanto assim era, que os seus confrades escutavam os barulhos da luta vindos de sua cela do Padre Pio e, na manhã seguinte, observavam as consequências dessa luta tenaz… até os ferros da cama chegaram a ficar retorcidos, o que só podia ser obra de uma força sobrenatural. O Padre Pio aparecia com contusões e golpes, como se o tivessem espancado. O superior chegou a sugerir-lhe, quando ele ainda era um jovem frade, que rezasse pedindo a Jesus que não permitisse ao demónio fazer tanto barulho, para que os irmãos não ficassem apavorados. Estes desacatos aconteciam sempre que Padre Pio agia para arrancar almas das mãos do demónio.
“Os demónios nunca deixam de me atacar […], fazem-me até cair da cama. Despem-me a roupa para me chicotear! Mas não me assustam porque Jesus me ama e Ele sempre me dá a mão para que, de novo, possa subir para a cama”, desabafava o Padre Pio. “O demónio é inteligentíssimo e impostor. É o pai da mentira e, se não nos abandonarmos a Deus, consegue sempre enganar-nos”.
Se a pessoa está em comunhão com Deus, não tem que temer o demónio, disso o Padre Pio a uma testemunha credível. Ele próprio diz: “Coragem, não temas as agressões do diabo. Lembra-te sempre disto: ‘Se o inimigo rugir e gritar o seu perjúrio à tua volta, isso é bom sinal… é sinal que ainda não está dentro de ti’”.

Oremos

São Pio que estás no Céu, junto a Nosso Senhor Jesus, tu que soubeste resistir às tentações do maligno. Sofreste os golpes e a insídias do endiabrado do inferno que quis que abandonasses o caminho da santidade. Imploro-te: intercede junto de Deus por mim, para que, com a ajuda da tua intercessão e suportado por toda a corte celestial, consiga abandonar o pecado e perseverar na fé até o dia da minha morte. Amem.


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Quarto dia
Meditação: Padre Pio e a santa missa (I)


A missa celebrada pelo Padre Pio, apesar de se prolongar durante mais de duas horas, atraía diariamente dezenas de fiéis à igreja do convento de Nossa Senhora das Graças, onde ele viveu 50 anos, desde 28 de julho de 1916 até à sua morte, a 23 de setembro de 1968. Sobre a santa missa, pela qual se dá a Deus “uma glória infinita” e “regenera o mundo” e onde encontramos “a Mãe que sempre se interessa pelas coisas do Filho” e “os anjos, em multidões”, o Padre Pio tem dizeres que não se esquecem… Durante a missa, “compadece-te e ama”, procura participar na missa à maneira “da Santíssima Virgem e das piedosas mulheres”, ou “como São João, tanto na Última Ceia, como no sacrifício cruento da Cruz”. Alguém lhe perguntou: “Quais os benefícios que recebemos ao participar na santa missa”? A resposta veio pronta: “Não se podem contar. Irás vê-los no Céu. Quando assistires à santa missa, renova a tua fé e medita na Vítima que se imola por ti à Divina Justiça. Não te afastes do altar sem derramar lágrimas de dor e de amor a Jesus, crucificado por tua salvação. A Virgem Dolorosa acompanhar-te-á e será a tua doce inspiração”.


Oremos

Bendito Padre São Pio de Pietrelcina, que em tudo procuraste realizar a vocação à santidade a que todos somos chamados por Deus, e te ofereceste em cada missa, para livrar os pecadores das teias de satanás! Intercede pelos que não creem em Deus, para que se abram à fé e se convertam, arrependendo-se dos seus pecados; intercede também pelos que têm uma fé débil e pelos lutam por um mundo mais justo, para que perseverem; intercede também por mim, alcançando-me o dom das lágrimas… que após a santa missa, como tu, derrame lágrimas de dor e de amor! Amem.


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Quinto dia
Meditação: Padre Pio e a santa missa (II)


Francisco Forgione foi, logo que nasceu, confiado à proteção de São Francisco de Assis por seus pais, Horacio e Giuseppa Forgione. Em 6 de janeiro de 1903, tinha 16 anos, entrou na Ordem dos Capuchinos. Vestiu o hábito de religioso e, em 22 de janeiro desse mesmo ano, recebeu o nome de Pio. Foi ordenado sacerdote na catedral de Benevento, a 10 de agosto de 1910. Sempre chorava quando na missa se lia o santo Evangelho… “A nós parece-nos coisa sem importância que um Deus fale às suas criaturas e elas Lhe desobedeçam e O ofendam continuamente com a sua ingratidão e incredulidade”. Porque chora o Padre no momento da Consagração?, perguntaram-lhe. Ele respondeu: “Os segredos do Rei Supremo não se podem nem revelar, nem profanar. Perguntas-me por que choro… eu não queria derramar apenas essas pobres lagrimazinhas, mas sim torrentes de lágrimas”. O Padre Pio repetia em cada missa as Sete Palavras que Jesus disse na Cruz. Quando chegava àquela: “Mulher, eis aí o Teu filho!”, voltava-se para Maria e dizia-Lhe: “Aqui tens os filhos do Teu Filho”. A sagrada comunhão “é toda uma misericórdia interior e exterior, é um abraço. Pede a Jesus que te deixe senti-lo de forma sensível. Naquele que comunga, Jesus deleita-Se nele”. Perguntaram-me: “Quando Jesus se une ao Padre na sagrada comunhão, que podemos pedir a Deus? “Que eu seja outro Jesus, todo Jesus e sempre Jesus”, respondeu o Padre Pio.


Oremos

Puríssimo São Padre Pio de Pietrelcina, que tanto amaste os teus filhos espirituais, e muitos deles os conquistaste para Cristo com o preço do teu sangue; a mim, que não te conheci pessoalmente. considera-me como sendo mais um dos teus filhos espirituais; na celebração da santa missa sempre tinhas presentes os teus filhos mais afastados… agora, do Céu, lança sobre mim o teu olhar, para que, neste mundo descrente, possa ser uma presença credível de Jesus. Amem.


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Sexto dia
Meditação: O Padre Pio e o Anjo da Guarda (I)


O Padre Pio tinha muita devoção e proximidade com o seu anjo da guarda. Era, ainda muito pequeno quando começou a ter visões do seu anjo da guarda, de Jesus e de Maria. A sua mãe, Giuseppa, referindo-se a essas visões, diz que Francesco – nome que recebeu no batismo - pensava que todas as pessoas viam o que ele estava a ver. O Padre Pio, certa vez confidenciou que se lembrava de tudo o que se havia passado na sua vida desde quando ele tinha ainda poucos meses.
Numa carta a uma sua filha espiritual, dizia o Padre Pio: “Que consolador é saber que perto de nós há um espírito que, do berço ao túmulo, não nos abandona um instante, nem mesmo quando nos atrevemos a pecar! E este espírito celestial nos guia e protege como um amigo, um irmão. É muito bom saber que esse anjo ora sem cessar por nós, oferece a Deus todas as nossas boas ações e, se são puros, os nossos pensamentos e os nossos desejos”.
O Padre Pio, numa ocasião em que foi alvo de um feroz ataque do demónio, chamou várias vezes, em voz alta, pelo seu amigo anjo da guarda, mas em vão… Quando o anjo apareceu a consolá-lo, o Padre Pio, zangado, perguntou-lhe porque não o tinha socorrido naquela aflição. O anjo respondeu-lhe: “Jesus permite estes assaltos do diabo porque tem compaixão de ti e quer que te assemelhes a Ele no deserto, no horto das oliveiras e na Cruz”.
Um homem, que vivia longe, lamentou ao Padre Pio ter pouco dinheiro para as viagens longas e caras até São Giovanni Rotondo, pelo que não podia ir ter com ele tantas vezes quantas precisava, ao que o Padre respondeu: “Quem te disse que precisas de vir até aqui? Não tens o teu anjo da guarda? Diz-lhe o que precisas, manda-o até mim e terás a resposta”.


Oremos

Piedosíssimo Santo Padre Pio de Pietrelcina, que recebeste de Nosso Senhor a graça especial ver e sentir, constantemente, a presença do teu anjo da guarda, com quem tinhas uma relação pessoal. A mim não me foi dada essa graça, mas posso relacionar-me com os seres espirituais que diariamente protegem a minha alma e rezar quotidianamente a bela oração que tu rezavas: “Anjo de Deus, meu guardião, a quem a bondade do Pai Celestial me confia, ilumina, protege e guia-me agora e sempre, Amem”. Amem.


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Sétimo dia
Meditação: O Padre Pio e o Anjo da Guarda (II)


“Desde que é concebido, até à morte, […] cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida”, ensina o Catecismo da Igreja Católica (n. 336). Com o seu proverbial sentido de humor, dizia o Padre Pio: “Se a missão dos anjos da guarda é importante, a do meu é ainda mais importante, porque é tradutor de várias línguas”. Um dia o Frei Alessio, frade da sua comunidade, aproximou-se do Padre Pio com o monte das cartas recebidas naquele dia e, também, com algumas perguntas para lhe fazer. “Não vês que estou ocupado?”, disse-lhe o Padre Pio. Aborrecido, Frei Alessio retirou-se. O Padre Pio deu-se conta e foi atrás do Frade dizendo-lhe: “Não viste que estava rodeado de anjos? Eram os anjos da guarda de vários dos meus filhos espirituais que vieram com mensagens deles. Algumas das respostas eram urgentes, por isso não te podia dar atenção”. E o pequeno conflito ficou sanado.
Nem todas as noites eram de luta física com o diabo. O Santo capuchinho, deixou-nos este testemunho: “De noite, fechava os olhos, o véu se abria e via abrir-se diante de mim o paraíso; consolado por esta visão, adormecia com um sorriso doce e feliz nos lábios e com uma grande tranquilidade, esperando que o meu pequeno companheiro de infância viesse despertar-me para rezarmos juntos as orações da manhã ao Amado de nossos corações”.
Dirigem-se também a nós estas recomendações do Padre Pio a uma sua filha espiritual: “Não te esqueças desse companheiro invisível, sempre presente, disposto a escutar-nos e pronto para nos consolar. Ó deliciosa intimidade! Ó deliciosa companhia! Se pudéssemos, ao menos compreender isso!!! Lembra-te com frequência da presença desse anjo, agradece-lhe, pede-lhe o que precisares, aproveita a sua boa companhia. Toma cuidado para não ofenderes a pureza do seu olhar. Ele é muito delicado, muito sensível. Nunca te queixes de estar sozinha nos combates conta o inimigo; nunca te queixes de não ter alguém a quem te possas abrir e confiar. Isso seria uma ofensa para o teu anjo da guarda”.


Oremos

Castíssimo São Pio de Pietrelcina, que tanto amaste o anjo da guarda, que te guiava, defendia e era o teu mensageiro. Os anjos levavam-te as súplicas dos que precisavam da tua ajuda. Intercede a Deus também por mim, para que aprenda a viver de mão dada com o meu anjo da guarda e a obedecer-lhe, pois ele é a luz viva de Deus, que me pode livrar da desgraça de cair em pecado, e sempre está pronto a apontar o caminho do bem e a dissuadir-me de fazer o mal. Amem.


Ir para a Coroinha do Padre Pio ao Sagrado Coração de Jesus.


Oitavo Dia
Meditação: O Padre Pio e as Almas do Purgatório


O Concílio de Trento, em 1563, ensinou que o purgatório existe e que as almas aí retidas podem ser ajudadas pelos sufrágios dos fiéis e, sobretudo, pelo santo sacrifício do altar. Participar da glória de Deus, no Céu, é o anseio de cada cristão… porém, é preciso a alma seja purificada dos pecados e esteja pronta para amar a Deus. Para essa preparação próxima para o Céu, existe o purgatório. Nossa Senhora, em Fátima, ensinou a seguinte jaculatória: “Ó meu bom Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem". E as que mais precisam são, justamente, as que estão no purgatório.
O Padre Pio tinha uma relação muito especial com as santas almas do purgatório: visitavam-no com assiduidade, umas vezes para pedirem ajuda, outras vezes para agradecer o modo como foram ajudadas.
Na altura em que decorria a segunda guerra mundial, estavam os frades em convívio após o jantar, quando ouviram vários homens gritando à uma: “Vida longa ao Padre Pio, viva, viva o Padre Pio!” O som vinha da entrada do corredor do piso inferior ao salão onde estavam os frades. Quem seriam? O irmão Gerardo saiu para ver se descobria quem tinha gritado, mas encontrou o corredor vazio e escuro. Foi-o dizer ao Padre Rafael, o superior, que, por sua vez, pediu ao Padre Pio uma explicação da ocorrência. O Padre Pio, sereno e cheio de humildade, explicou que as vozes que gritaram "Viva o Padre Pio" eram de uns soldados que tinha morrido na guerra e por quem ele tinha rezado. Tinham vindo agradecer as suas orações.
Estes, como muitos outros, vieram agradecer. Mas outros, como o noviço, vieram pedir ajuda… O Padre Pio, estava no coro da pequena igreja de Nossa Senhora das Graças, em oração. Ouviu, na zona do altar principal, passos e alguém mexendo nas velas e nas flores. Como a ocorrência prosseguia, veio cá abaixo ver o que se passava. À luz da lamparina do Santíssimo enxergou, na penumbra, um jovem de hábito, parecendo limpar qualquer coisa… “O que estás a fazer no escuro?”, perguntou. A resposta não se fez esperar: “Estou limpando”. “Limpando nesta escuridão?”, retorquiu o santo. “Quem és tu?”. “Sou um noviço, há muito tempo no purgatório. Estou necessitado de quem reze por mim”. Dito isto, desapareceu. O Padre Pio recordou-se que o convento de São Giovanni Rotondo tinha sido, em tempos, o Noviciado dos capuchinhos.


Oremos

Prudente São Pio de Pietrelcina, que nutriste uma grande devoção pelas almas do purgatório; por elas te ofereceste como vítima expiatória. Rogai ao Senhor que infunda em mim os mesmos sentimentos de compaixão e de amor que tiveste para com as almas do purgatório, para que, oferecendo missas em seu sufrágio, pela oração, sacrifícios e aplicando-lhes indulgências que me sejam concedidas, as ajude a alcançar o Céu, onde, sem qualquer sombra, contemplarão a Deus por toda a eternidade. Amem.


Nono dia
Meditação: O Padre Pio e o sacramento da confissão


O Padre Pio, bem o podemos dizer, viveu ente o altar e o confessionário. Iniciava o seu dia ainda era noite escura, aproveitando o silêncio para a oração diante do sacrário. Durante horas, preparava a celebração da santa missa, onde encontrava forças para a sua grande missão: levar as almas a Deus no sacramento da confissão. Depois de celebrar a santa missa, sentava-se no confessionário horas a fio. Penitentes vindos de todo o mundo, chegavam a permanecer em São Giovanni Rotondo duas semanas, esperando a oportunidade de aceder ao confessionário. E não se pense que o Padre Pio demorava muito cada confissão… três minutos, em média. Deus concedeu-lhe uma graça que lhe permitia escutar as consciências, perscrutar as almas e dar o conselho oportuno. Amava o pecador, mas era intransigente com o pecado. Exortava os penitentes com algumas expressões características: “Asseguro-te, vais para o inferno!”; “Quando deixarás de fazer essas porcarias?”; “Não sabes que é pecado mortal? Vai-te embora!!!”. Não se deixava levar pela fisionomia nem pelo aspeto dos penitentes: rico ou pobre, bonito ou feio, homem ou mulher… todos em fila, iguais, fosse ministro ou operário. Às almas, essas sondava-as com o olhar de Deus até às profundezas.
Há casos de pessoas que partiram de São Giovanni Rotondo revoltadas com o Padre Pio, por este não lhes ter dado a absolvição. O próprio Padre Pio consolava aqueles a quem não absolvia: “Meu filho, a absolvição não te foi negada para ires para o inferno, mas para o paraíso”. Todos entendiam e voltavam, movidos por um desejo quase irresistível de conversão. O Padre Pio como que via na luz de Deus a disposição do penitente. Era severo com os que o procuravam por curiosidade, os mentirosos e hipócritas; terno e compassivo para aqueles que se arrependiam e sentiam dor pelos seus pecados. O seu confessionário não era uma máquina de absolvições, mas um lugar de conversão.
Quando, após a santa missa, o Padre Pio deixava o altar, parecia vir do Calvário; também o confessionário representava para ele uma fadiga imensa, pela sua aversão ao pecado que tanto ofende Nosso Senhor e também pelo receio de não estar na graça de Deus. Eram um homem com as suas fraquezas… confessava ele: “sem que eu queira, torno-me uma pessoa sem paciência. Este é um espinho que atravessa o meu coração”. E se a virtude da paciência era para ele importante… Um sacerdote da região, teve um sonho: apareceu-lhe uma lápide com três palavras. Quando acordou lembrava-se de duas delas: “humildade” e “caridade”, mas esquecera a terceira. Decidiu ir confessar-se ao Padre Pio convicto de que ele lhe recordaria a palavra que havia esquecido, e assim foi: “Paciência, padre”. E logo acrescentou: “Paciência vem de padecer; o amor sem padecimento é um fogo de palha”. Do Padre Pio confessor ficava impresso o gesto solene daquela bênção enquanto pronunciava as palavras da absolvição, que comunicava uma paz que só podia vir de Deus.


Oremos

Obedientíssimo São Pio de Pietrelcina, assim rezaste: ”A Vós, Senhor, suplico que derrameis sobre mim os castigos que estão preparados para os pecadores e para as almas do purgatório; multiplicai-os da mesma forma sobre mim, desde que convertais e salveis os pecadores e apresseis a libertação das almas do purgatório”. Alcança-me, por tua intercessão, a graça de, na mesma medida, detestar o pecado e amar o sacramento da confissão, para a ele recorrer com frequência, arrependido e com sincero propósito de emenda. Amem.


Coroinha do Padre Pio ao Sagrado Coração de Jesus


- Ó meu Jesus, que dissestes “na verdade vos digo, pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á!”, eu bato, procuro e peço a graça (indicar a graça que se pretende alcançar…)
Pai Nosso, Ave Maria e Glória
Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em Vós!


- Ó meu Jesus, que dissestes “na verdade vos digo, tudo o que pedirdes a Meu Pai em Meu Nome, Ele vo-lo concederá!”, ao vosso Pai e em vosso Nome peço a graça (indicar a graça que se pretende alcançar…)
Pai Nosso, Ave Maria e Glória
Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em Vós!


- Ó meu Jesus, que dissestes “na verdade vos digo, passará o céu e a terra, mas a minha Palavra não passará!”, confiado na infabilidade da vossa Palavra eu peço a graça (indicar a graça que se pretende alcançar…).
Pai Nosso, Ave Maria e Glória
Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em Vós!


Ó Sagrado Coração de Jesus, a quem é impossível não ter compaixão dos infelizes, tende piedade de nós, pobres pecadores, e concedei-nos as graças que Vos pedimos por meio do Imaculado Coração de Maria, vossa e nossa terna Mãe.
V/. São José, Pai putativo do Sagrado Coração de Jesus,
R/. Rogai por nós!

Salve Rainha


Cónego Armando Duarte
Basílica dos Mártires, 12 set. 2023

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Para São Pio de Pietrelcina, Santa Filomena era a "Princesa do Céu". A sua devoção começou no seio da família, tendo uma das suas irmãs sido batizada com o nome da santa .
Essa devoção foi fortalecida durante o noviciado em Morcone, onde se celebrava a festa de Santa Filomena com grande solenidade. Esta festa ainda hoje se realiza no Convento de San Giovanni Rotondo, muito próximo de Mugnano.
Após a reforma litúrgica de 1961, o padre Pio respondia imperativamente a quem ousasse duvidar da existência da Santa: "Pode ser que o nome dela não seja Filomena, mas esta santa realizou muitos milagres e não foi o nome que os fez".