De entre os todos os mortais, nenhum é mais santo, mais digno, mais glorioso que São José. A quem se deveria dar mais honra, Já que Deus, o Senhor do mundo, o honrou a ponto de lhe estar submisso na Pessoa do Filho, que encarnou, a quem poderíamos honrar mais que a São José? Até o Menino Jesus o serviu de rosto alegre e feliz, e obedeceu a Seu pai com humilde submissão…
São José, foi instruído pelos Anjos, aprendendo deles o que era preciso fazer como guardião da Sagrada Família.

Se os Apóstolos são Bem-aventurados porque o Senhor os escolheu e O acompanharam durante os três anos da Sua vida pública, quanto mais Bem-Aventurado é José, que O cuidou desde o Seu nascimento, que o iniciou no ofício de carpinteiro e O educou para Deus e para vida, como um pai educa seus filhos?...

Teve São João o grande privilégio de, junto à Cruz, ver Cristo confiar-lhe a Sua Mãe, missão que o discípulo amado cumpriu durante alguns anos… Quando maior não foi o privilégio de José, que durante tantos anos e, no meio de tantas tribulações, necessidades e angústias, teve o encargo de guardar a Mãe e o Filho, de ajudá-Los e a ambos e prestar tantos serviços?...

São José teve a honra de assistir ao parto virginal de Maria, sua esposa; mereceu contemplar e ouvir os coros dos Anjos aquando do nascimento de Jesus; foi ele quem acompanhou Maria e José na ida ao Templo para a apresentação do Menino e os conduziu para o Egipto para os proteger de Herodes... e quantas vezes José não terá pegado nos braços e levar às cavalitas o Deus, Rei do Céu e da Terra?

Porque teria São José querido repudiar a Virgem Maria, com quem tinha celebrado os esponsais?

A mesma razão que São Pedro invocou para afastar de si o Senhor: "Retira-Te de mim Senhor, porque sou um homem pecador".

Sentimento que o centurião também experimentou: "Senhor eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto."

José apercebera-se que Maria estava envolta na presença de Deus, mas como não podia entender a profundidade desse mistério, queria afastar-se... José sentia-se indigno de merecer Maria porque se tornara evidente para ele que a dignidade espantosa da Virgem o ultrapassava, e isso perturbava-o… seria melhor não se meter num assunto que – julgava ele – não lhe dizia respeito.

Mas porque São José quis repudiar Maria em segredo, e não à luz do dia?

Para evitar toda a inquirição sobre o motivo da separação e escapar assim à obrigação de o justificar, porque os judeus descrentes e cruéis, iriam logo escarnecer dele e delapidar Maria.

José, o homem justo, para não mentir ou expor uma inocente à desonra, quis repudiar Maria em silêncio.
Eis que o Anjo apareceu em sonhos, a José, e lhe disse: “José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que Ela concebeu é fruto do Espírito Santo” (Mt 1, 20)

São José foi testemunha privilegiada da vinda do Filho de Deus ao mundo, estando junto a Maria durante o parto que aconteceu em condições humanamente precárias, nas quais, para remissão dos nossos pecados, Cristo consentiu.

Nos arredores de Belém, na anunciação aos pastores, os anjos cantavam:

"Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade" (Lc 2, 14)

Já se faziam sentir os efeitos da encarnação do Verbo de Deus… Aos pastores, anunciaram os Anjos uma grande alegria que o seria para todo o povo: nascera-lhes o Salvador. São José era o guardião daquele Menino, o Emanuel, o nosso Salvador. Os reis magos, humildes e fervorosos vieram do Oriente adorar o Rei dos reis. Mas José adorou-O primeiro!

Façamos nós a comunhão espiritual, acolhendo Jesus no nosso coração com os sentimentos que José experimentou naquele dia em que Maria, sua Esposa, deu à luz o Filho de Deus incarnado.

São José é, logo a seguir à Santíssima Virgem, não só o maior santo do Céu, como também a sua glória está acima dos mais excelsos Anjos, como sejam os Serafins.

A qual dos Anjos chamou o próprio Deus, quando se fez Homem, pela doce palavra: “pai”? A qual dos Anjos obedeceu o próprio Deus e lhe foi submisso?

Não será exagero imaginar que, junto do Trono da Santíssima Trindade, de um lado está Nossa Senhora e do outro São José! Maria Santíssima e o Seu castíssimo esposo, devido à missão única e sublime para que foram destinados, ocupam entre toda a criação os dois primeiros lugares. Ela, a Santíssima Virgem, concebida sem mácula do pecado original; ele, o seu castíssimo esposo, o mais santo, logo a seguir a Maria, dentre os seres criados.

Nossa Senhora terá revelado a uma das Suas Servas: «Minha filha, tu não podes compreender por ora a santidade extraordinária de São José. Os homens só hão-de conhecê-la quando gozarem da visão beatífica, pois só em Deus conhecerão este mistério e o hão-de contemplar embevecidos.

No dia do Juízo Final, os condenados hão-de chorar amargamente por terem desprezado e desconhecido tão grande patrono, em matéria de salvação. O mundo não conhece a grandeza dos privilégios que o Senhor concedeu ao meu santo esposo. Em todas as necessidades recorre à sua intercessão e esforça-te por aumentar o número dos seus devotos. Deus concede na Terra tudo o que o meu esposo lhe suplica no Céu».

O mundo apodrece na corrupção da carne. Dentre os 10 Mandamentos da Lei de Deus, dois são consagrados à virtude da castidade, o 6º e o 9º preceitos. A luxúria é a ruína de muitos jovens, e muitas famílias, muitos lares se destroem devido à libertinagem sexual, causam também, em grande parte da degradação social. Na verdade, a luxúria está sempre ligada a outros vícios e crimes. Por isso ela é, no dizer de Santa Jacinta e São Francisco, os Pastorinhos de Fátima, o pecado que leva mais almas para o inferno.

Quem quiser ser preservado do pecado da luxúria ou dele se converter, recorra a São José e verá o resultado. Recorra com confiança e perseverança, sem se desalentar.

A Santa Igreja chama a São José “espelho da paciência”. A pessoa paciente é a que aceita sem se irritar os acontecimentos adversos e desagradáveis, as dores do corpo e as tribulações da alma. Tantos reveses teve São José na sua vida, tantas coisas que não entendeu…

Fez voto de castidade perpétua, não usando do matrimónio a conselho de sua Esposa e vê-A com sinais de gravidez. Quanto não terá sofrido diante desse mistério, até ser esclarecido pelo Anjo do Senhor!

Vê Aquele que lhe foi dito ser o Filho de Deus, o Messias esperado, nascer numa manjedoira, nos arredores de Belém; ter de fugir na calada da noite para o Egipto onde permaneceu vários anos, em terra desconhecida, de língua e costumes diferentes e no meio de pagãos; depois, a vida em Nazaré, onde via o seu Deus a aprender o ofício de carpinteiro e a ganhar com ele o pão de cada dia… E morreu sem ver a glória do seu Jesus, do seu Messias! Quanto sofrimento… humanamente falando, uma vida de decepções! Porém, sempre “espelho da paciência”, sempre confiante na Divina Providência!

Ó São José, ajudai-nos a sofrer e a ver em cada cruz, em cada revés, a mão de Deus Pai a guiar os nossos passos para o sumo bem.

José dorme e sorri sonhando, mas, de repente, acorda e levanta-se preocupado… vai até junto de Maria que, ajoelhada junto ao berço de Jesus, o contempla enquanto Ele dorme tranquilo. Diz-lhe com um misto de dor e de ternura:

- "Precisamos sair de Belém, quanto antes! Prepara um saco com tudo o que couber nele. Eu vou preparar o resto das coisas. Ao romper da aurora, fugiremos."

- "Porquê, fugir?” – pergunta Maria.

- "É por causa de Jesus. Um Anjo disse-me: "Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o Menino para O matar." (Mt 2, 13).

Assim que Maria ouviu falar de Anjo, de Jesus e de fuga, compreendeu que estava em perigo o Seu Filho, pôs-se em pé, pálida, como se fosse de cera o Seu rosto, e começou a arrumar as roupas no saco.

Maria olha em redor e, a um canto, vê um brinquedo de Jesus: é uma ovelhinha entalhada em madeira. Maria pega nela, de lágrimas nos olhos, e beija-a. Acaricia aquele brinquedo sem valor, feito com uma madeira clara e comum, mas que representava o afeto de José por Jesus. Por isso coloca-o no saco, junto com as roupas.

"Estás pronta? Jesus está pronto? Vamos porque procuram a Sua morte!".

E assim teve lugar a fuga para o Egipto.

José está na oficina, Ele é um operário modelo, que ama o seu trabalho e fá-lo com perfeição, não só para agradar ao cliente, ou pelo dinheiro que pode ganhar, mas pelo trabalho em si, forma de continuar a criação de Deus e meio de santificação.

José diz a Jesus que vai ensinar-Lhe o seu ofício e prepara-Lhe umas ferramentas adequadas ao tamanho do Menino, para que Ele se iniciasse na arte.

José mostra-Lhe um pequeno martelo, uma serrinha, uma pequena chaves de parafusos, um serrote, tudo colocado sobre um banco de carpinteiro onde Jesus pudesse trabalhar.

E a aprendizagem inicia-se… Jesus até está vermelho pelo esforço feito, e, apertando os lábios, vai serrando com atenção; depois, conforme as instruções do mestre, com plaina alisa a tábua que, embora tenha ficado um pouco fora de esquadria, agrada a Jesus e merece um elogio de José.

José ensina Jesus a trabalhar com amor e com paciência; Maria sorri ao ver a atenção e o zelo com que maneja as ferramentas, e encanta-A o afecto com que José O ensina.

O Menino promete à Mãe fazer-lhe um banquinho para Ela trabalhar se sentar enquanto costura. José sorri… Está foi primeira lição de trabalho. E toda a paz do mundo reina nesta família Santa.

"O Verbo fez-Se Carne e habitou entre nós", diz o evangelista João no prólogo do seu Evangelho. Sim, habitou entre os homens e a Sua morada foi a Sagrada Família de Nazaré. No seu seio, “o Menino crescia e robustecia-Se, enchendo-Se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele." (Lc 2, 40).

Mas há um momento, descrito no Evangelho que pertence à vida oculta de Jesus em Nazaré, que só o evangelista São Lucas narra: a ida de Jesus a Jerusalém, com Maria e José, quando aos 12 anos se tornou adulto perante a Lei. Quando no final desta peregrinação regressam a casa, os Seus pais não se apercebem que o Menino tinha ficado em Jerusalém. Encontraram-nO no Templo ao fim de três dias de grande aflição, por parte José e Maria. Jesus estava no Templo no meio dos doutores que se surpreendiam com a Sua sabedoria.

Quando Maria Lhe transmitiu a sua aflição e a do pai por não saberem d’Ele, eis que foi reavivada na consciência do Seu pai adoptivo o que lhe havia sido dito há 12 anos: "José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que Ela concebeu é obra do Espírito Santo." (Mt 1, 20). Já desde então José sabia aquilo que Jesus Lhe recorda agora: era depositário do Mistério de Deus e Jesus evocou aos doze anos esse Mistério: "Não sabíeis que devia estar na casa de Meu Pai?” (Lc 2, 49)

Glorioso Patriarca São José, pelas aflições que passastes com Maria quando perdestes Jesus, auxiliai-nos nas nossas aflições, e, neste momento, intercedei junto do Vosso Filho por todos nós que vivemos a angústia desta pandemia causada por um vírus que nos recorda quão somos frágeis, impotentes e insignificantes, e por isso pereceríamos não fosse a Misericórdia de Deus para connosco!