O Cordão de Santa Filomena
A devoção do Cordão de Santa Filomena nasceu espontâneamente em consequência das inúmeras graças obtidas por sua intercessão, tornando-se muito popular graças aos maravilhosos resultados obtidos pelo seu uso.
O reconhecimento destes factos por parte da Igreja, levou o Papa Leão XIII, ele também um grande devoto da jovem Santa, a aprovar o uso deste cordão e a conceder indulgências a todos os que o usarem.
Outro grande devoto de Santa Filomena, o Santo Cura d'Ars, foi um empenhado divulgador do seu uso, ele próprio afirmava ter sido agraciado com o poder deste sacramental [1] e incentivava os seus paroquianos para esta piedosa prática.
O Cordão é constituido por um entrançado de fios de linho, lã ou algodão, brancos e vermelhos, com dois nós numa das extremidades, simbolizando a virgindade e o martírio da jovem Santa.
Usa-se sob a roupa como se fosse um cinto ou no pulso, exatamente como uma pulseira.
Qualquer pessoa pode fazer o seu Cordão, sendo que qualquer sacerdote, devidamente autorizado pelo Reitor do Santuário, está habilitado a benzê-lo, utilizando a fórmula do Ritual Romano.
É habitual os portadores do Cordão de Santa Filomena, rezarem diariamente esta oração:
Oração diária dos portadores do Cordão:
"Santa Filomena, Virgem e Mártir, rogai por nós para que, por meio de vossa poderosa intercessão, possamos obter a pureza de alma e de coração, que conduz ao perfeito amor de Deus. Amém."
O Azeite de Santa Filomena
Desde tempos remotos que os crentes têm por hábito iluminar as relíquias e imagens dos santos da sua devoção com lamparinas de azeite e quando os sagrados restos mortais de Santa Filomena chegaram à sua última morada em Mugnano del Cardinale, também assim se fez.
Entretanto espalhavam-se rapidamente as notícias dos milages e graças obtidos pela Virgem Mártir durante o seu percurso de Roma até Mugnano, pelo que muitas pessoas, imbuidas pela sua fé, compareciam na Igreja para rezarem e decerto implorarem os seus favores.
Durante uma cerimónia em que se comemorava o oitavo dia da chegada a Mugnano do sacro corpo da jovem Santa, uma peregrina cuja filha era cega, aproximou-se da lamparina que iluminava as relíquias, molhou os dedos no azeite e ungiu os olhos da criança que, perante o espanto e admiração dos presentes, recuperou de imediato a visão.
Este foi considerado o primeiro milagre do azeite da lamparina que arde junto ao Sagrado Corpo de Santa Filomena e, a partir de então, muitos devotos procuram na utilização deste sacramental a solução para os seus males quer físicos quer espirituais.
Todos os anos, no primeiro domingo após o seu aniversário que se celebra no dia 10 de janeiro, realiza-se a festa do Patrocínio de Santa Filomena e cumpre-se no Santuário o ritual da "Bênção Anual do Azeite". O peregrinos vindos de todo o mundo, seguem em procissão para oferecem o azeite depositando-o perante o Sacro Corpo de Santa Filomena sendo depois benzido durante uma cerimónia presidida pelo Bispo de Nola e pelo Reitor do Santuário.
Os recipientes ovais e vermelhos em que são distribuidos contêm inscrições de ambos os lados; de um: "OLIO BENEDETTO SANTA FILOMENA" e do outro: "MUGNANO DEL CARDINALE AVELLINO ITALIA" e, fora do Santuário, é distribuido aos devotos que o solicdevocional, exclusivamente pelos Centros Oficiais da Arquiconfraria Universal de Santa Filomena espalhados pelo mundo.
O Terço de Santa Filomena
O Terço também conhecido como a Coroa, Coroinha ou rosário de Santa Filomena, constitui uma das maneiras mais simples de rezar à nossa querida Santinha.
Este sacramental foi fundado pelo Santo Cura d'Ars, sendo constituido sucessivamente por uma medalha ou crucifixo, três contas brancas, uma medalha triangular e treze contas encarnadas.
As contas brancas significam a pureza de Santa Filomena e as encarnadas representam os 13 anos que a jovem mártir viveu neste mundo e o seu glorioso martírio.
Modo de rezar.
Sobre a medalha ou cruz inicial, reza-se o Credo, para pedir o dom da fé.
Em cada uma das três contas seguintes (brancas) reza-se o Pai Nosso, em honra da Santíssima Trindade, por cuja glória Santa Filomena deu a vida.
Nas contas vermelhas reza-se em cada uma delas, a oração:
"Salvé, Santa Santa Filomena, minha querida padroeira, como minha advogada perante o vosso Divino Esposo, intercedei por mim agora e na hora da minha morte. Santa Filomena, filha amada de Jesus e Maria, rogai por nós que recorremos a vós."
Esta oração pode ser substituida por 13 Avé Marias seguidas, cada uma delas, da invocação: "Santa Filomena, rogai por nós."
Existem outras modos de rezar este terço, no entanto optamos por disponibilizar a versão apresentada acima, por ser a que consta do site oficial de Santa Filomena.
Relíquias de Santa Filomena
A palavra "relíquia" provém do latim reliquiae que significa "resto". Conservar e honrar as relíquias dos santos é um tradição e um ato de fé que se inicia logo nos primórdios do Cristianismo.
A Igreja Católica definiu três classes ou categorias para as relíquias sagradas:
- a primeira classe é constituída pelo corpo do santo ou partes do mesmo, como sangue (ex sanguinis), ossos(ex ossibus), cabelo (ex capillis), etc.
- a segunda classe inclui os objetos pessoais pertencentes ou utilizados pelo santo, bem como os que tenham tocado diretamente o seu corpo.
- a terceira classe é composta pelos objetos que, não tendo tocado diretamente no corpo do santo, tenham estado em contacto com uma relíquia de primeira ou de segunda classe.
Sobre Santa Filomena, os seus restos mortais (relíquias de primeira classe), encontram-se preservadas no seu Santuário em Mugnano del Cardinale, Avellino, Itália.
Foram doados a esta Paróquia em 1805 pelo Papa Pio VII. Mais tarde, em 1827, o Papa Leão XII doou também as lajes de terracota que, nas Catacumbas de Priscila em Roma, identificavam o túmulo onde foram descobertos os restos mortais da Santa.
As relíquias disponíveis para estarem na posse dos devotos são as denominadas ex indumentis (do latim: vestuário) que são constituidas por pedaços de tecidos que estiveram em contacto com o corpo da Santa, daí serem consideradas como de segunda classe.
De cinquenta em cinquenta anos, nos denominados anos de jubileu (o mais recente foi em 2005, o próximo será em 2055), a urna sagrada de Santa Filomena contendo os seus restos sagrados, é aberta na presença de um comité especial nomeado pelo Bispo da Diocese de Nola.
Durante este procedimento delicado, a urna e restos sagrados são cuidadosamente limpos. As vestes de Santa Filomena são substituidas por peças novas e depois recortadas para preparar estas preciosas relíquias, que mais tarde serão doadas, como presentes do Santuário, aos devotos, para veneração privada.
[1] ↑ Segundo esclareceu o Concílio Vaticano II sobre os Sacramentais:
"Chamam-se sacramentais os sinais sagrados instituídos pela greja, cuja finalidade é preparar os homens para receberem os frutos dos sacramentos e santificarem as diferentes circunstâncias da vida."
"Além da liturgia, a vida cristã nutre-se das variadas formas da piedade popular, enraizadas nas diferentes culturas. Procurando esclarecê-las com a luz da fé, a Igreja favorece as formas de religiosidade popular que exprimem um instinto evangélico e uma sabedoria humana, e que enriquecem a vida cristã."