10 de agosto
Basílica dos Márties, Lisboa
Festa de Santa Filomena

Mais uma vez, a Basílica dos Mártires transformou-se num santuário de luz e fervor, para celebrar com amor a festa de Santa Filomena. O Cónego Armando Duarte, com voz serena, conduziu a assembleia de fiéis que, qual família reunida, enchia cada banco, cada canto, com orações e cânticos. Marcante foi a presença dos novos representantes em Portugal da Arquiconfraria Universal de Santa Filomena, Hayley e Alexandre Fernandes.
O altar, esplendidamente adornado pela devota Ana Maria Teresa, resplandecia com a imagem da jovem mártir, ladeada por dois anjos, como se o Céu inteiro se inclinasse para ouvir as nossas preces, iniciadas com o terço mariano, seguido da ladainha de Santa Filomena e a sua coroinha.
A santa missa, celebrada com profundo recolhimento, teve no sermão um momento de especial graça: palavras que tocaram a alma, recordando que a santidade floresce no amor fiel a Deus, mesmo diante das maiores provações.
No final da missa, ao som do magnífico Hino de Santa Filomena, o celebrante desceu pelo corredor central, levando consigo uma preciosa relíquia de Santa Filomena e, um a um, todos os fiéis recebemos a sua bênção. Seguiu-se, a oferta a cada um dos devotos, de um exemplar do novo livro “Virgem e Mártir, Celestial Princesa”, resultado da recolha de orações feita ao longo dos anos pelo devoto João Cristóvão.
Assim, cada fiel saiu não apenas com um tesouro nas mãos, mas com a alma fortalecida, levando consigo a certeza de que Santa Filomena continua a interceder por todos aqueles que a invocam com fé.
As cerimónias tiveram transmissão direta através da página do facebook e do canal do youtube da Basílica dos Mártires.






Minhas irmãs e meus irmãos,
permitam-me que saúde especialmente os devotos de Santa Filomena aqui presentes, bem como aqueles que participam nesta celebração através do Canal do YouTube ou do Facebook da Basílica dos Mártires;
uma saudação fraterna ao Mons. Dieudonne Datanou, Núncio Apostólico no Burundi, Presidente de Honra da Arquiconfraria Universal de Santa Filomena;
aos Padres Giovanni Ariano, Chad Partain e Ronaldo Manabat, com tarefas de particular responsabilidade na condução espiritual da Arquiconfraria;
ao Mons. Pasquale Capasso, Vigário Geral da Diocese de Nola, com a particular responsabilidade de cuidar da relação entre o Santuário de Mugnano e a Arquiconfraria; e ao Reitor do Santuário de Santa Filomena, em Mugnano del Cardinal, o Padre Giuseppe Autorino, que, logo no início da sua missão de guardião do sagrado espólio, num gesto de que os devotos de Portugal não esquecem, veio connosco celebrar a santa Missa na nossa Basílica dos Mártires.
Depois das saudações devidas aos sacerdotes que Nossa Senhora escolheu para o serviço de Santa Filomena, devo ainda, e não fora o meu entranhado clericalismo, deveria começar por eles, cumprimentar com muita gratidão e amizade: Maria Burns e Martin Gillon, a Presidente e o Secretário Geral da Arquiconfraria, e a Hayley e o Alexandre Lima Fernandes, responsáveis do “Centro 10” da Arquiconfraria Universal de Santa Filomena.
Celebramos, com os devotos do mundo inteiro, a primeira Festa de Santa Filomena do Pontificado do Papa Leão XIV, ainda envolvidos no entusiasmo contagiante dos jovens – mais de um milhão! - que foram a Roma, ao encontro do Santo Padre, para o Jubileu da Juventude. Que graça é a empatia entre os jovens e um Papa lhes fala numa linguagem católica!!! Sentiu-se bem o poder da intercessão de Santa Filomena no Jubileu da Juventude, ou não fossem os jovens um dos seus patrocínios.
A 2ª Leitura deste 19º Domingo do Tempo Comum (Hebr 11, 1-2.8-12) é um convite à meditação sobre as virtudes teologais da fé e da esperança. A fé é, sobretudo, a adesão a Jesus e implica uma relação de pertença entre o crente e o Senhor. Porém, o trecho lido, apresenta-nos uma perspetiva complementar: a fé é “a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se veem” (v. 1). E dá dois exemplos concretos: Abraão e Sara! Não viram a concretização plena das promessas de Deus; mas, pela fé, contemplaram-nas antecipadamente, “saudando-as de longe” (v. 13). Nunca desistiram e nunca voltaram para trás. Embora vivendo como peregrinos e estrangeiros, avançaram sem delongas; e, enquanto caminhavam e enfrentavam as vicissitudes e as crises da vida, tinham os olhos postos na realização plena das promessas. Entendida desta forma, a fé aparece de mãos dadas com a esperança. Tem fé quem confia plenamente na posse dos bens futuros, invisíveis por agora, e caminha decidido no encalço desses bens.
Estamos no Ano 2025 do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, por isso Ano Jubilar. O saudoso Papa Francisco, ao proclamá-lo através da Bula pontifícia “Spes non confundit (a esperança não dececiona), associou-o à esperança cristã. A esperança, é bom recordá-lo, fundamenta -se na fé, não no carácter da pessoa, como alguns pensam: “eu sou muito otimista, tenho muita esperança”. Os otimistas, como todos nós, mais cedo ou mais tarde, hão de passar por momentos de provação, de sofrimento, de dificuldades. Nessas circunstâncias, o que lhes poderá valer – aos otimistas e aos pessimistas – é a fé.
Porque hoje, dia 10 de Agosto, celebramos uma das Festas de Santa Filomena, comemorativa da chegada das suas relíquias a Mugnano del Cardinal, em 1805, podemos ilustrar a Palavra escutada com o exemplo da “grande taumaturga” como lhe chamou o Papa Gregório XVI. Criança ainda, agonizante nas masmorras do palácio do seu algoz, foi a Santíssima Virgem quem a ensinou a viver, assim, de uma forma entrelaçada, as virtudes da fé e da esperança. Meditámos no 7º dia da novena com que preparámos a Festa de Santa Filomena: «Considera neste sétimo dia da novena… a forma como a Mãe do Céu cuidou de Filomena e como Santa Filomena confiou e se entregou aos seus cuidados maternais. Maria não escondeu a esta sua filha predileta os atrozes sofrimentos que a esperavam: "Filha, três dias mais de prisão e, após quarenta dias, se acabará este estado de dor". Nossa Senhora, Mãe de Jesus e Sua primeira discípula, sabe que o seguimento de Jesus passa pela Cruz. Mas acena com o Céu: depois da dor virá a glória, o Céu, a vida em Deus». É certo que no auge da flagelação ordenada pelo tirano, que, dada a sua violência deveria vitimar a pobre criança, a Mãe do Céu reforçou a presença habitual do anjo da guarda de Filomena, enviando o próprio arcanjo São Gabriel. Quase morta, coberta de chagas como Jesus na Paixão, foi atirada de novo para a masmorra. Filomena pôde ainda ditar este testemunho: “Dois Anjos brilhantes como a luz, apareceram na obscuridade e derramaram um bálsamo nas minhas feridas, restaurando em mim o vigor que perdi durante a tortura”.
A luz que os anjos irradiavam e o bálsamo com que a ungiram, foi certamente um sinal da predileção de Maria Santíssima. Por isso, um grande consolo para Filomena. Porém, a esperança da “amiga da Luz” estava em ser imersa na luz d’Aquele que é Luz, da qual a santidade de Filomena é uma centelha que a todos atrai. A devoção a Santa Filomena ajuda-nos a viver focados na Luz verdadeira, para sermos daqueles servos bem-aventurados, a quem o Senhor, quando vier, achar vigiando. “Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá” (vv. 37-38). Maria Santíssima terá descrito a Filomena, ainda de forma mais bela, a felicidade sem fim que viria após os seus tormentos… Mas esta frase do Evangelho da missa de hoje ((Lc 12, 32-48), “Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá”, é a mais bela e sugestiva de todas as imagens com que a Bíblia descreve o Reino dos Céus.
A pertença à Arquiconfraria Universal de Santa Filomena, uma instituição Pontifícia, presente entre nós atrás do “Centro 10”, é uma forma de, na medida certa, cultivarmos pessoal e comunitariamente a devoção a Santa Filomena, e de a expandirmos. Vá-se lá adivinhar a razão que levou Nosso Senhor a colocar em nossas mãos este tesouro, a pérola da santidade de a Santa Filomena… Na nossa fraqueza, se revela a força da intercessão de Santa Filomena. Tantas coisas estão a acontecer para maior glória de Deus!!!
- O João Cristóvão, um devoto de sempre, que construiu o site de Santa Filomena (santa-filomena.pt), brindou-nos agora com o Devocionário “Virgem e Mártir, Celestial Princesa”, editado pela Editorial Missões, onde reúne as mais belas orações inspiradas aos devotos de todos os tempos. No final da missa vai ser oferecido aos devotos que o desejem. A anunciada “prenda” de Santa Filomena para os seus devotos…
- Nalgumas Paróquias, como acontece na vizinha Paróquia de São Paulo, Santa Filomena está a congregar os devotos em grupos de oração. Oxalá surjam muitos grupos de oração que se constituam como uma retaguarda orante do apostolado de Santa Filomena.
- Em São Paulo, no Brasil, no Bairro Jardim da Pedra Branca, foi no passado dia 23 de Julho, dedicado, pelo Cardeal Dom Odílio, o belíssimo Oratório de Santa Filomena, doado, já pronto, aos Arautos do Evangelho. Permitam-me um aparte… se os Arautos de Evangelho agarram o Apostolado de Santa Filomena, este ganhará asas!!!
- Conheci ontem o Henrique Lima, um youtuber, criador do canal "Leitura Complementar", dedicado à vida e exemplo dos Santos. Cada vez com mais seguidores, muitos dos quais são devotos fervorosos de Santa Filomena que, acreditando na sua poderosa intercessão, começaram, espontaneamente, a apresentar as suas intenções. O Henrique reuniu numa brochura as intenções apresentadas e veio pedir-me uma coisa simples e bela: que juntasse todas aquelas intenções às intenções da Missa da Festa de Santa Filomena.
Coisas simples e belas que nascem da criatividade dos devotos como o João Cristóvão, o Henrique Lima, o Domingos Fernandes de Aguiar e a Mara, aquele casal já idoso que empregou as economias de uma vida na construção do Oratório de Santa Filomena, em São Paulo. Muitas outras coisas aconteceriam se os devotos de Santa Filomena, em vez de serem consumidores da devoção em proveito próprio, fossem apóstolos da devoção. Porque, como ensina Jesus, “há maior felicidade em dar do que em receber” (Atos 20, 35).
Santa Filomena esteve quinze séculos escondida nas catacumbas de Santa Priscila. A descoberta do seu túmulo, em Maio de 1802, gerou uma onda de devoção em toda a Igreja. No início dos anos sessenta do século passado, o inimigo, que não dorme, tentou remetê-la de novo ao silêncio das catacumbas. Ei-la de regresso, e com tanta força! Porém, o inimigo não desiste: A santidade de Filomena incomoda-o. Compete-nos a nós, na força de Jesus e na docilidade de Maria, com criatividade empenho, ser seus arautos até onde pudermos. A isso nos exorta o Evangelho que escutámos: “Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas” (v.35), isto é: estai prontos, vigiai, não deixeis que vos passem a perna!
Voltemos à questão inicial do Evangelho deste Domingo… que deverão fazer e como deverão viver aqueles a quem foi confiado o tesouro do Reino de Deus? Segundo Jesus, devem manter-se vigilantes, cumprindo a cada instante a missão que lhes foi confiada, sempre disponíveis para o serviço, como servos dedicados e atentos do Reino. Os que fomos chamados a este apostolado de Santa Filomena em ordem à edificação do Reino, compete-nos servir os irmãos sem “tiques” de sobranceria, cumprindo a missão que nos foi confiada com amor, compaixão e misericórdia, à maneira de Filomena, que aprendeu de Jesus e de Maria.
Homilia da Festa de Santa Filomena, 10 de Agosto de 2025
Cónego Armando Duarte

25 de maio
Basílica dos Márties, Lisboa
Comemoração do encontro dos restos mortais de Santa Filomena

Neste domingo, o VI da Páscoa, na nossa Basílica dos Mártires tivemos a missa capitular da Irmandade de São Miguel e Almas (sempre no domingo mais próximo do dia 29) e, por ser a sede espiritual do "Centro 10", presença em Portugal da Arquiconfraria universal de Santa Filomena, fez-se memória do ducentésimo aniversário da descoberta das relíquias de Santa Filomena.
Na homilia o Prior referiu a proximidade do Santuário de São Miguel, no Monte Gargano e do Santuário de Santa Filomena, em Mugnano del Cardinal, bem como presença dos anjos na "paixão" de Santa Filomena; lembrou que o Papa Leão XIII, que introduziu na Igreja a devoção a São Miguel como arma na luta contra Satanás, ter também elevado à dignidade de Pontifícia a Arquiconfraria de Santa Filomena; deduziu ainda outra aproximação... o Papa Leão XIV foi eleito no dia 8 de maio, dia da Aparição de São Miguel no Monte Gargano, será como o seu predecessor devoto de São Miguel e de Santa Filomena, que Leão XIII designou por "a grande taumaturga do nosso tempo".
Durante a santa Missa foram apresentados à ssembleia o casal Hayley e Alexandre Lima Fernandes, novos delegados em Portugal da Arquiconfraria Universal de Santa Filomena e responsáveis pelo "Centro 10".
As cerimónias tiveram transmissão direta através da página do facebook da Basílica dos Mártires.




11 de janeiro
Basílica dos Márties, Lisboa
Festa de Natividade e Patrocínio de Santa Filomena

No dia 10 de janeiro celebra-se a natividade de Santa Filomena, uma das 3 festas importantes da "princesa" mais linda.
Na Basílica dos Mártires em Lisboa, assinalamos a data no sábado, dia 11, na missa das 17h, antecedida da coroínha e das outras orações habituais.
As cerimónias tiveram transmissão direta através da página do facebook da Basílica dos Mártires.
Durante a santa Missa, com os cânticos entoados por dois membros dos Arautos do Evangelho, e, tal como tem vindo sendo habitual, o celebrante Cónego Armando procedeu à bênção do óleo sacro e à sua distribuição pelos devotos de Santa Filomena.
Do, notável como sempre, sermão do Rev. Cónego Armando, um dos mais empenhados sacerdotes na divulgação da fé em Santa Filomena em Portugal, fazemos a transcrição integral:
Ontem foi um dia grande! A “Santinha” de Cura D’Ars, também ela venerada, de modo particular, por São Pio de Pietrelcina que, desde criança, lhe chamava “princesinha do Paraíso”, fez anos.
Como sabemos? Santa Filomena fez essa e muitas outras revelações à irmã Maria Luísa de Jesus uma mística que vivia no Retiro Olivella, em Nápoles. A Pia Revelação da Irmã Maria Luisa de Jesus foi aprovada pelo Suprema e Sacra Congregação do Santo Ofício, a atual Congregação para a Doutrina da Fé, em 21 de dezembro de 1833, porque nada na narração é contrário à fé católica, incluindo, naturalmente, a indicação da data do nascimento de Santa Filomena.
Juntamos a Festa da Natividade, que ocorreu ontem, dia 10, à Festa do seu Patrocínio que, no Santuário de Mugnano del Caldinal se celebra no domingo a seguir ao dia 10 de janeiro, tal como nós estamos a fazer neste Ano Jubilar de 2025, e continuaremos a fazer no futuro.
É grande e digno de ser celebrado o Patrocínio de Santa Filomena … Ela é patrona dos jovens e, especialmente dos bebés e das crianças; é a consoladora dos aflitos e dos encarcerados; é o refrigério dos que estão em sofrimento e dos doentes; o auxílio dos pobres e dos órfãos; é ainda a consoladora das mães em desespero que a invoquem para ajuda dos filhos nas coisas materiais e espirituais; é pronto auxílio para os estudantes, sobretudo na época dos exames; é patrona dos recém casados, e já muitas vezes alcançou aos casais estéreis a alegria da maternidade; sobretudo, é o amparo dos seus devotos conduzindo-os ao amor de Cristo e de Maria.
É natural que Santa Filomena sinta de uma forma especial as dores dos casais com dificuldade em procriar, situação que muito afligiu os seus próprios pais. Gente importante, reis de um pequeno estado das periferias do Império romano, ansiavam por quem lhes sucedesse. Um tal Públio, que vivia na Corte e era cristão, falou-lhes de Cristo, garantindo-lhes que, se aceitassem ser iluminados pelo Deus Verdadeiro, a quem nada é impossível, alcançariam a graça que tanto desejavam. Tal como Cornélio, o centurião romano que aparece hoje na Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos, os pais de Filomena acolheram o “kerigma” cristão que lhes foi feito, não por Pedro, mas por Públio: abraçaram a fé, receberam o Espírito, foram batizados e passaram a fazer parte da comunidade de Jesus (cf. At 10,44-48). Curados da sua cegueira da alma, Deus curou-os também da sua esterilidade, alegrando-os com o nascimento de uma menina, a quem puseram o nome de Filomena, isto é, Filha da Luz. Teve a graça de, ainda criança, conhecer Jesus Cristo e de viver numa comunhão de vida com Ele. Tudo começou num ato de amor perfeito – tão perfeito quanto uma criança é capaz – ao qual o Senhor, que tudo pode, respondeu iluminando a sua alma e concedendo-lhe as graças que precisava para ser fiel até no martírio.
Na verdade, foi isso que Jesus pediu a Filomena: o martírio. Primeiro, um martírio de amor quando, por amor a Jesus, estava disposta a renunciar ao amor aos próprios pais que não resistiram às seduções do mundo, querendo arrastá-la a ter comportamentos incompatíveis com a pertença a Jesus Cristo. Na força do Espírito Santo, com que fora ungida do Batismo, resistiu aos próprios pais. Ao contrário deles, Filomena nunca duvidou das palavras que se ouviram do Céu, quando Jesus desceu ao Jordão para santificar as águas em que somos batizados: “Este é o meu Filho muito amado: em Ti que pus toda a minha complacência” (Lc 3, 22).
Não raro Deus exige aqueles que o amam o mesmo que exigiu ao Servo de Javé, essa figura do Deutero-Isaías que se cumpriu em Jesus. Aparece na primeira leitura de hoje: O Servo é apresentado como um predileto de Javé, chamado para o serviço de Deus, enviado por Deus aos homens de todo o mundo. A sua missão cumpre-se no sofrimento e numa entrega incondicional à Palavra. O sofrimento do profeta tem, contudo, um valor expiatório e redentor, pois dele resulta o perdão para o pecado do Povo. Deus aprecia o sacrifício deste “Servo” e recompensá-lo-á, fazendo-o triunfar diante dos seus detratores e adversários.
Como o Servo de Javé, Filomena, “Filha querida de Jesus e Maria”, não foi poupada a grandes sofrimentos, que culminaram no martírio donde adveio para todos nós, graça sobre graça. Quão grande é o teu patrocínio, Santa Filomena!
Nesta Basílica, onde tu estás porque a Mãe de Jesus aqui te quer, Filomena, como “sua filha querida”, faz-nos bem escutar, dirigidas a todos nós, as palavras que, no meio daqueles “trabalhos” com que te identificaste com Jesus na Sua dolorosa Paixão, a Senhora dos Mártires Te dirigiu de viva voz — “Coragem, querida filha! Querida acima de todas porque tens o meu nome e o nome de Meu Filho. Tu chamas-te Lumena ou Luz. Meu Filho, teu Esposo, chama-Se Luz, Estrela, Sol. E eu, como Ele, não me chamo Aurora, Estrela, Lua, Sol?
Palavras que são garantia do Seu “colo materno”, que a Mãe não regateia a nós, seus filhos, e que tu experimentaste, ó Santa Filomena! Alcança-nos a graça de o poder experimentar também ao longo deste Ano Jubilar, em que somos convidados a ser, com toda a Igreja. “peregrinos da Esperança”.
Cónego Armando Duarte
Basílica dos Mártires, 11 de janeiro de 2025


