Confraternidade de Santa Filomena

Recado do Diretor Espiritual

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2019-09-29

XXVI Domingo do Tempo Comum – Ano C


Leitura da Profecia de Amós (Am 6,1a.4-7)

Ideia principal: Os bens deste mundo, devemos vê-los, não como algo que podemos malbaratar conforme nos apeteça, mas como dons que Deus nos confiou para administrar e partilhar.
- Amós, fala, grita, lança invetivas contra a “sociedade de consumo”. Pobre profeta, que nem sabe calibrar os adjetivos… Ninguém lhe dá atenção. Mas pregou durante uns trinta anos…. Em 722, Sargão II, rei da Assíria, arrasa Samaria e destrói os seus palácios; a gente fina acabou por ferir seus delicados pés nos caminhos pedregosos da deportação para a Mesopotamia. É a sorte de quem não escuta os profetas!!!
- A leitura de Amós, o profeta do século VIII a. C., é uma censura à vida fácil e opulenta levada por alguns à custa da exploração dos pobres. Foi escolhida em função do Evangelho (Lc 16,19-31), que nos apresenta Deus sempre ao lado dos pobres e dos últimos, aqueles que aos olhos do mundo são insignificantes, desprezados e esquecidos. A eles exige que se faça justiça aqui e agora.
- O texto que hoje nos é proposto pertence ao género literário dos “ais” (vers. 1), uma interjeição (“hwy”) gritada pelas carpideiras quando acompanham o cortejo fúnebre… É o terceiro “ai” de Amós; os outros dois aparecem em Am 5,7 e em Am 5,18. Na pregação profética, o “Ai” introduz um oráculo que anuncia o castigo: alguém ou alguns encontram-se às portas da morte por causa dos seus pecados.


Rezar a Palavra e contemplar o Mistério


Ó Pai dos Pobres! De novo me desassossegas com a denúncia de Amós! É certo que não frequento ambientes luxuosos, nem gasto em meu proveito dinheiros públicos … Mas não raro me deixo arrastar pelo desejo de ter. Sobretudo, não sou capaz de reivindicar com coragem profética um mundo mais parecido com o projeto de Deus. Ó Deus, perdoa-me… e ensina-me a ser a voz dos Teus prediletos! Amem.


LEITURA I – Am 6, 1.a.4-7


Eis o que diz o Senhor omnipotente:
«Ai daqueles que vivem comodamente em Sião
e dos que se sentem tranquilos no monte da Samaria.
Deitados em leitos de marfim,
estendidos nos seus divãs,
comem os cordeiros do rebanho
e os vitelos do estábulo.
Improvisam ao som da lira
e cantam como David as suas próprias melodias.
Bebem o vinho em grandes taças
e perfumam-se com finos unguentos,
mas não os aflige a ruína de José.
Por isso, agora partirão para o exílio
à frente dos deportados
e acabará esse bando de voluptuosos».

ConegoArmandoDuarte

Cónego Armando Duarte