Leitura da Primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 7, 29-31)

Ideia principal: Deus chama-nos a ser neste mundo que passa, arautos da Sua salvação eterna! A resposta a esse chamamento passa pela conversão aos valores do Reino e por dar prioridade aos valores eternos.
- A maioria dos cristãos de Corinto são oriundos do mundo grego marcado pela cultura pagã e por valores sem afinidades com o Evangelho. Neste ambiente hostil à fé cristã, as dificuldades são muitas, em particular no que se refere à moral sexual. Os coríntios balançavam entre o laxismo de uma cidade marítima onde “reinava” Afrodite e o desprezo pelo corpo herdado da filosofia platónia… Paulo propõe uma 3ª via: condenação aas formas de desordem sexual, defesa do valor do casamento, elogio do celibato (cf. 1 Cor 7).
- Devo casar? Ou viver em continência? É preferível a virgindade ao casamento? Eis o princípio que inspira a resposta de Paulo: mantem o estado de vida em que vivias quando encontraste o Senhor. Porque o mundo não é mais que um cenário montado que desaparece… o definitivo, é o mundo novo que vem aí.
- Parece um convite a que os cristãos desprezem as realidades temporais… Não, Paulo não pretende que as desprezemos, mas que lhes demos o justo valor: sendo importantes, não são eternas. Condição social ou familiar, riqueza, bem-estar ou provações, são um cenário que mais dia, menos dia, será desmontado. A nossa vocação é a pertença ao Senhor, que reclama um amor sem medida e a relativização do efémero.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor, tem em conta esta minha circunstância: não vivo mergulhado, como Paulo e os primeiros cristãos viviam, naquele ambiente escatológico que os levava a viver olhando o Céu. Eu sei, Senhor… as realidades terrenas são passageiras e efémeras. Contudo, não raro, dou comigo a pensar e a proceder como se o bem maior não fosse a pertença a Ti a adesão ao Reino. Senhor, tem piedade de mim! Perdão, Senhor! Amem.

LEITURA II – 1 Coríntios 7, 29-31

O que tenho a dizer-vos, irmãos,
é que o tempo é breve.
Doravante,
os que têm esposas procedam como se as não tivessem;
os que choram, como se não chorassem;
os que andam alegres, como se não andassem;
os que compram, como se não possuíssem;
os que utilizam este mundo, como se realmente não o utilizassem.
De facto, o cenário deste mundo é passageiro.