Santa Filomena em Portugal

Recado do Diretor Espiritual

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2023-02-26

1º Domingo da Quaresma – Ano A 2023


Leitura do Livro do Génesis (Gen 2,7-9; 3, 1-7)


Ideia principal: Convidados à “conversão” neste 1º Domingo da Quaresma, a 1ª Leitura recorda que Deus nos criou para a vida e a felicidade; prescindir de Deus conduz ao sofrimento e à morte.

- Lemos o relato jahwista da criação, um texto tempo do rei Salomão (sec X a.C.). A finalidade do autor, um catequista popular, não é científica ou histórica, mas teológica: mais do que ensinar como o mundo e o homem apareceram, ele quer dizer-nos que na origem da vida e do homem está Jahwéh. Usa imagens dos mitos sobre as origens, dos povos vizinhos, que adapta e põe ao serviço da catequese e da fé de Israel.
- O pecado dos nossos primeiros pais não foi ir contra uma proibição arbitrária – comer “o fruto da árvore que está no meio do jardim”; nem é ter a pretensão de “ser como deuses”, já que essa é a intenção do Criador que fez o homem à Sua imagem … “e nós seremos semelhantes a Ele, porque o veremos como Ele é”(1Jo 3,2); nem, tampouco, o desejo de conhecer e discernir: essas são prerrogativas dos seres espirituais…
- O pecado é recusar a dependência de Deus; é desconfiar de Deus, desconfiança que leva homem a fazer escolhas que vão contra a vontade do Criador; é recusar aprender de Deus o discernimento, desobedecendo à Sua palavra… um ato de orgulho, uma ingratidão, uma atitude mesquinha face Àquele que quer o nosso bem. Por causa da soberba, o homem volta-se para o alvo errado e aniquila-se. Oh astúcia insensata!


Rezar a Palavra e contemplar o Mistério


Ó Deus Criador! Criaste o homem para ser feliz e indicaste-lhe o caminho da imortalidade e da vida plena. Tem piedade de mim, Senhor, livra-me do caminho do orgulho e da autossuficiência; converte-me, para que jamais escolha o que, tendo em conta as Tuas propostas, deveria recusar. Obedecendo em tudo à Tua vontade, preserve em mim a Tua imagem; e, à minha volta, em nada destrua a harmonia do mundo. Amem.


LEITURA I – Gen 2,7-9; 3, 1-7


O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, insuflou em suas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivo. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, a oriente, e nele colocou o homem que tinha formado. Fez nascer na terra toda a espécie de árvores, de frutos agradáveis à vista e bons para comer, entre as quais a árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal. Ora, a serpente era o mais astucioso de todos os animais do campo que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: «É verdade que Deus vos disse: "Não podeis comer o fruto de nenhuma árvore do Jardim"?» A mulher respondeu: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus avisou-nos: "Não podeis comer dele nem tocar lhe, senão morrereis"». A serpente replicou à mulher: «De maneira nenhuma! Não morrereis. Mas Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como deuses, ficando a conhecer o bem e o mal». A mulher viu então que o fruto da árvore era bom para comer e agradável à vista, e precioso para esclarecer a inteligência. Colheu o fruto e comeu-o; depois deu-o ao marido, que estava junto dela, e ele também comeu. Abriram-se então os seus olhos e compreenderam que estavam despidos. Por isso, entrelaçaram folhas de figueira e cingiram os rins com elas.

FotoDoRevConegoArmandoDuarte