Leitura do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São João (Jo 21, 1-19)

Ideia principal: A missão dos discípulos terá êxito se souberem reconhecer a presença do Ressuscitado e se deixarem guiar pela Sua Palavra.

- O cap 21 do Evangelho de João, de onde foi extraído o Evangelho deste Domingo, terá sido acrescentado ao IV Evangelho, que termina em Jo 20, 30-31. O episódio passa-se no Mar da Galileia… como terão ido até lá os discípulos de Jesus, que estavam em Jerusalém (cf. Jo 20,19-29). A cena foi concebida como uma catequese sobre a missão que a Igreja é chamada a concretizar no mundo, após a partida de Jesus.

- À proposta cheia de autossuficiência de Pedro – “vou pescar!” - aderem os outros seis. Na noite, ou seja, na ausência da Luz que é Cristo, os projetos humanos estão destinados ao fracasso: “Naquela noite não apanharam nada”... “Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis”… Eles obedeceram à palavra de Jesus. A rede “cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes”, resulta da docilidade à Palavra.

- “Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?”. A tríplice pergunta remete para a tríplice negação… Pedro, que experimentou a própria debilidade, mas também a força do perdão de Jesus, está capaz de compreender e de se compadecer dos seus irmãos. É confirmado no Primado: “Apascenta as minhas ovelhas”. Mas ovelhas, qualquer que seja Pedro, nunca deixam de ser pertença do Ressuscitado.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor Jesus ressuscitado, dou-Te graças por teres perdoado a Pedro e por o teres confirmado como timoneira da Tua barca; eu Te bendigo por me teres chamado à Tua Igreja para tomar parte na missão que lhe confiaste; e por participar na refeição que quotidianamente nos preparas sobre o altar da Eucaristia. Mantem-me firme na fé e decidido a seguir-Te conduzido por Pedro, o Teu vigário na Terra. Amem.

EVANGELHO – João 21,1-19

Junto do mar de Tiberíades, Jesus manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. (…) Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. O discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, (…), vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. (…). Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». (…) Aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes. Esta foi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?» Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros». Voltou a perguntar-lhe segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?» Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas». Perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?» Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».