Santa Filomena em Portugal

NOVENA AO GLORIOSO PATRIARCA SÃO JOSÉ

de 10 a 18 de março

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NOVENA AO GLORIOSO PATRIARCA SÃO JOSÉ

de 10 a 18 de março

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Oracões para todos os dias da novena

Pelo sinal da Santa Cruz,  ✞  livre-nos Deus nosso Senhor,  ✞  dos nossos inimigos.  ✞  Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amem.

Oração ao Divino Espírito Santo

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do vosso Amor.
V/. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R/. E renovareis a face da terra.


Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos, segundo o mesmo Espírito, conhecer as coisas retas e gozar sempre das Suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amem.

Ato de Contrição

Meu Deus, de todo o coração me arrependo dos meus pecados; odeio-os e detesto-os porque ofendem a vossa infinita Majestade e são causa da morte do vosso Divino Filho, Jesus Cristo, e da minha ruína espiritual. Proponho nunca mais cometê-los no futuro e fugir sempre das ocasiões de pecar. Senhor, tende misericórdia e perdoai-me.

Oração

São José, protetor e advogado nosso, a vós recorro para que me alcanceis a graça que me traz a vossos pés, gemendo e suplicando (formula-se a graça). Pelo afeto que vos uniu à Imaculada Virgem Maria e pelo paternal amor que consagrastes ao Menino Jesus, eu vos rogo que protejais a minha família. Ó providentíssimo guardião da Sagrada Família, defendei a Santa Igreja de Deus das insídias dos seus inimigos e de toda a adversidade. Concedei a todos os que imitando o vosso exemplo e sustentados pelo vosso auxílio, a alegria de viver santamente, morrer piamente e obter a bem-aventurança do Céu. Amem.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória

V/. São José, pai putativo do Sagrado Coração de Jesus.
R/. Rogai por nós.

Ladainha de São José

Senhor, tende piedade de nós. / Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós. / Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós. / Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos. / Jesus Cristo, ouvi-nos
Jesus Cristo, atendei-nos. / Jesus Cristo, atendei-nos

Pai dos Céus, que sois Deus, / Tende piedade de nós,
Deus Filho, Redentor do mundo, / Tende piedade de nós,
Deus Espírito Santo, / Tende piedade de nós,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, / Tende piedade de nós,


Santa Maria,
São José
Ínclito descendente de David,
Luz dos patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guarda do Redentor,
Casto guarda da Santa Virgem Maria,
Pai nutrício de Jesus Cristo,
Zeloso defensor do Filho de Deus,
Ministro da Salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Consolo dos aflitos,
Esperança dos enfermos,
Defensor dos exilados,
Defensor dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Amparo dos moribundos,
Terror dos demónios,
Protetor da Santa Igreja,

rogai por nós.


Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo,
Perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
Ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
Tende piedade de nós.

R. Rogai por nós, São José.
V. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos

Ó Deus, que, por inefável Providência, Vos dignastes escolher São José por esposo de Vossa Mãe Santíssima, concedei-nos que aquele que na terra veneramos como protetor, mereçamos tê-lo no céu como intercessor. Vós que viveis e reinais por todos os séculos. Amem.

Meditação e propósito para cada dia da Novena

1º Dia: São José e os Anjos icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


A vida de São José dá-nos a conhecer os anjos, a sua existência, o seu trabalho, a sua missão. Pela sua missão de pai putativo de Jesus e esposo da Virgem Santa Maria, bem precisava da assistência dos anjos, e eles não deixaram de manifestar, no seu dia a dia, a sua preciosíssima presença.

Recordemos o regresso de Nossa Senhora da visita à sua prima Isabel… Maria mostrava já os sinais da sua gravidez virginal. São José, que ainda não estava a par do acontecido, iniciou um período de amaríssimo e indizível tormento, partilhado, silenciosamente, por Maria Santíssima que esperava um sinal do alto para falar com o seu esposo sobre o mistério da conceção virginal de Jesus, ocorrida por obra do Espírito Santo.

PPor desígnio da Divina Providência, eis que um anjo aparece em sonhos a José e lhe revela o mistério da gravidez de Maria, com estas palavras: «José, filho de David, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Dará á luz um Filho, ao qual porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados» (Mt 1,20-21).

Depois do nascimento de Jesus, logo que o rei Herodes soube que tinha nascido o Rei dos Judeus em Belém, decide mandar matá-l’O o quanto antes, organizando o infame e trágico massacre dos inocentes de Belém. A José, que ignorava este projeto assassino de rei Herodes, aparece de novo um anjo de Deus, como refere o evangelho de Mateus: “Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe, e foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para lhe tirar a vida”. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e a Sua Mãe, e retirou-se para o Egipto, e lá esteve até á morte de Herodes […]. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos magos, irado, mandou matar todos os meninos, que havia em Belém e seus arredores, da idade de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos magos» (Mt 2,13-16).

O mesmo anjo fala a José quando Herodes morreu: «Morto Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egipto, dizendo: “Levanta-te, toma o Menino e a Sua Mãe, e vai para a terra de Israel, porque morreram os que procuravam tirar a vida ao Menino”» (Mt 2,19-20).

Assim nos ensina São José, em ocasiões diferentes, a viver a experiência do anjo de Deus que está próximo de cada um de nós e ao qual podemos e devemos recorrer, com toda a reverência e confiança, obedecendo sempre prontamente às suas ordens celestes.

Propósito: Rezar com frequência ao Anjo da Guarda e pedir-lhe ajuda, proteção e conselho, sobretudo nas dificuldades.

2º dia: São José, Patrono da Igreja icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Através do Decreto Quemadmodum Deus, publicado em 8 de dezembro de 1870, o Papa Pio IX declarou São José Patrono da Igreja Católica.

O Papa Leão XIII, numa Carta Encíclica publicada em 15 de agosto de 1889, explica muito bem a importância do patrocínio de São José a toda a Igreja: «Ele foi o esposo de Maria e pai putativo de Jesus Cristo. Daqui derivam toda a sua grandeza, graça, santidade e glória; desta dupla dignidade brotam espontaneamente os deveres que a natureza impõe aos pais de família. Assim, José tinha o dever de ser o custódio natural e legítimo, administrador e defensor do lar divino, ao qual presidia. Exercitou estas tarefas com sumo amor e quotidianamente. Cuidando da sua esposa e da divina prole […], sendo companheiro inseparável, apoio e consolo da Virgem Maria e de Jesus.

Mas a casa divina que José governou com autoridade paterna, continha os princípios da Igreja nascente. A Virgem Santíssima, de fato, enquanto Mãe de Jesus, é também mãe de todos os cristãos, por Ela gerados pela participação nas dores do Redentor, no Calvário. E Jesus é, de alguma maneira, como o primogénito dos cristãos, que por adoção e pela redenção são filhos no Filho. Disto deriva que São José assume como confiada a ele próprio a multidão dos cristãos que constituem a Igreja, ou seja, a inumerável família dispersa pelo mundo, sobre a qual ele, como esposo de Maria e pai putativo de Jesus, tem uma autoridade semelhante à de um pai. É, portanto, justo e digno de São José que, assim como ele guardou no seu tempo a Família de Nazaré, também agora guarde e defenda com a sua proteção a Igreja de Deus».

O Papa Francisco, ao convocar o Ano de São José, que decorreu de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021, pretendeu como afirma «[…] que todos os fiéis, com o exemplo de São José, possam fortalecer diariamente a sua vida de fé em plena realização da vontade de Deus». Na altura, numa Audiência de quarta feira, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa com estas palavras: «Saúdo-vos e vos animo a venerar São José, o homem de presença constante, discreta e escondida, tomando-o como intercessor, amparo e guia nos momentos de dificuldade, para que nunca se acabe o óleo da fé e da alegria, que brota de uma vida de comunhão com Deus».

Propósito: Rezar a São José, Padroeiro da Igreja universal, para que proteja e defenda a Santa Madre Igreja e o Santo Padre das insídias do demónio.

3º dia: São José Protetor das famílias cristãs icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Numa bela página do seu livro com meditações para mês de março, consagrado a São José, o São Bartolo Longo, de forma clara e serena, descreve a casa da Sagrada Família da seguinte forma: «A pequena casa de Nazaré era um verdadeiro Paraíso. Ali reinava a ordem, a paz, a concórdia e caridade mais sublime. Naquele santo retiro cada coisa se fazia com a mais perfeita correção; nela temos um admirável modelo para as famílias cristãs».

Cada família cristã, santificará os seus membros se nela reinar «a ordem, a paz, a concórdia e a caridade mais sublime», tal como acontecia na Sagrada Família, composta por São José operário, por Nossa Senhora e pelo Menino Jesus que crescia na pequena casa de Nazaré.

São Bartolo Longo escreve ainda: «Os primeiros cristãos tinham um só coração e uma só alma e, por maioria de razão, se deve dizer o mesmo de Jesus, Maria e José. Se os primeiros cristãos tinham um só sentir e uma só alma, nutriam entre si os mesmos desejos, os mesmos sentimentos e os mesmos afetos, quanto mais as três augustas pessoas da divina família, unidas pelo Amor de Deus! Será que também nós, como São José, procuramos gozar de uma grande comunhão de vida com Jesus e Maria? A exemplo do santo patriarca, desapeguemos o nosso coração das criaturas».

Esforcemo-nos por imitar os exemplos de virtude de São José, grande protetor das famílias e modelo das virtudes cristãs que todos somos chamados a praticar em ordem à nossa santificação e santificação das nossas famílias.

Propósito: Á imitação de São José e da Sagrada Família, procurarmos guardar e fazer reinar na família as virtudes cristãs, em especial a ordem, a paz, a concórdia e a caridade mais sublime.

4º dia: São José Padroeiro dos operários icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


A Sagrada Família era, na realidade, uma verdadeira família de operários. São José exercia a profissão de carpinteiro artesanal na sua pequena carpintaria de Nazaré, para ganhar o necessário sustento para o dia a dia da sua família. Maria Santíssima, a Rainha Universal, como lhe chamou São Boaventura, tecia e cosia, cozinhava e limpava, tarefas necessárias em qualquer família. Jesus, por sua vez, à medida que ia crescendo, aprendia do pai o ofício de carpinteiro e ajudava a mãe em muitas tarefas.

Um dos primeiros Padres da Igreja, o apologista cristão São Justino, dá-nos conta, no seu Diálogo com Trifão, que São José trabalhava como carpinteiro construindo até carroças, arados e outros apetrechos para o gado e para a lavoura. O jovem Jesus aprendia a conhecer e a construir com o pai esses instrumentos, dos quais mais tarde falaria, na Sua pregação: «Vinde a Mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai o Meu jugo sobre vós e aprendei de Mim, porque Eu sou manso e humilde de coração e achareis repouso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11,28-30).

São José, sendo de estirpe real por ser da linhagem de David, não só não fugia ao trabalho manual, como se empenhava seriamente no seu ofício de carpinteiro, fazendo-o com honra e dedicação, com paciência e esforço, de acordo com a vontade de Deus.

Atendendo ao exemplo de São José como trabalhador santo, Pio XII instituiu no dia 1 de maio de 1955, a Memória litúrgica de São José operário, apresentando-o como padroeiro de todos os trabalhadores cristãos, especialmente dos operários.

Propósito: pedir a São José que interceda por todos que estão sem emprego.

5º dia: São José Padroeiro dos moribundos icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


São José, pai virginal de Jesus, o Filho de Deus humanado, e esposo da Virgem Maria, a Mãe de Deus, recebeu a graça extraordinária de morrer nos braços de Jesus e de Maria, passando santamente deste mundo ao paraíso. Eis o relado da beata Anna Catarina Emmerick:

«Quando São José morreu, Nossa Senhora estava sentada junto à cabeceira da cama e tinha-o nos braços, enquanto Jesus estava próximo de seu leito. O quarto estava cheio de esplendor e de anjos. São José, com as mãos postas sobre o peito, foi envolvido em panos de linho branco e assim foi depositado numa caverna sepulcral que um bom homem lhe havia oferecido. Além de Jesus e Maria, poucas pessoas o acompanharam, mas o cortejo fúnebre foi seguido por anjos, numa atmosfera de um grande esplendor».

Tendo tido São José a sorte invejável de morrer nos braços de Jesus e de Maria, percebe-se bem que o povo cristão, com o seu vivo sentido da Fé, considere São José como verdadeiro Padroeiro dos moribundos, aquele que, melhor que qualquer outro, nos pode obter a graça de uma santa Morte que nos faça passar sem demora da terra ao paraíso.

Lembremos a experiência de Santa Teresa do Menino Jesus que, já perto da hora da morte, assustada com a presença de um demónio que rodopiava à volta da sua cama, exclamou: «Oh, rezai pelos agonizantes! Se se soubesse!...». Que outra coisa pode ser melhor que uma “boa morte, na graça de Deus”? De uma “boa morte” depende, aliás, a salvação para toda a eternidade. Podendo São José obter-nos esta grande graça, como não ser seus fervorosos devotos? Aprendamos nós com os santos a confiar-nos a São José para alcançar a graça de uma santa Morte.

Propósito: Pedir a São José a graça de uma santa Morte e adquirir o hábito de rezar pelos moribundos.

6º dia: São José mestre da santidade icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


São José é definido no Evangelho como “justo”. Ele «mereceu ser chamado justo - escreve São Jerónimo - porque possuía, de forma sublime, todas as virtudes e porque em tudo cumpria a vontade de Deus, amando a Deus e ao próximo».

Tendo em conta que São José viveu durante pelo menos trinta anos na companhia de Jesus e Maria, como duvidar que ele seja o maior de todos os santos? O próprio facto de São José ter sido o chefe da Sagrada Família; ter sido o pai virginal de Jesus, o Verbo encarnado; ter sido o esposo virgem da Virgem Maria, a Mãe de Deus, são credenciais mais que suficientes para acreditarmos que a santidade e a grandeza de São José, são superiores à de todos os anjos e santos, sendo inferiores apenas à santidade e à grandeza de Nossa Senhora, Mãe de Deus.

São José tem na terra o primeiro lugar na hierarquia dos justos; no Céu tem o primeiro lugar na hierarquia dos santos. Além disso, pode e deve dizer-se que São José, pela sua santidade, é justamente tido como o “mestre” da santificação de todos os fiéis, em especial dos pais de família, dos exilados, dos educadores, dos religiosos, dos sacerdotes, além dos moribundos e dos operários, assunto de meditações anteriores desta novena.

Frequentar a escola de santidade de São José significa cultivar as grandes virtudes cristãs e praticar com humildade a caridade, em união permanente de amor a Jesus e a Maria. A escola de São José, deve ser a nossa: a escola mais humilde e sublime! Coragem, frequentemo-la sem perder mais tempo!

Propósito: Suplicar a São José que infunda em mim uma ânsia ardente de santidade.

7º dia: São José, o santo do silêncio icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


«Deus habita no silêncio». Assim sendo, os santos não podem senão amar o silêncio. São José, “mestre de santidade” é o “santo do silêncio”, não apenas pela sua índole, mas também pela sua missão… ele era o pai de Jesus, o “Deus connosco”, com quem viveu na casa de Nazaré. E Deus habita no silêncio!!!

O Evangelho não contém uma única palavra proferida por São José. Quem não gostaria de conhecer o modo como se expressava, ou ser edificado por um seu pensamento, ou rezar uma oração por ele ensinada… mas nada disso é possível. A presença de São José edifica-nos pelo silêncio, pela discrição, pela humildade. É assim na conceção virginal de sua Esposa e na natividade de Jesus; na fuga para o Egito, com Jesus e Maria; na fuga e no encontro do Menino Jesus no templo, após aqueles três dias de angústia. Sempre presente e laborioso, mas em silêncio.

Era o guardião da Sagrada Família, a quem garantia o seu sustento quotidiano; tinha uma relação cordial com as pessoas que a ele recorriam por motivos profissionais ou sociais. Mas tudo na vida de São José decorria no silêncio, num recato quase contemplativo. Claro, podemos imaginar as conversas entre ele e Maria, as coisas bonitas que diriam um ao outro sobre o seu “tesouro”, o Filho de Deus. E até, a partir de certa altura, as conversas entre Jesus, Maria e José. Mas em vão as procuraríamos nos Evangelhos. Aos evangelistas interessa-lhes o anúncio da boa nova, e a boa nova que nos chega através do “justo” José é a sua colaboração permanente, mas silenciosa, no projeto de Deus.

É de São Bartolo Longo, este ensinamento: «O silêncio é o modo próprio de Deus agir... Realiza as Suas obras no silêncio; o Filho de Deus encarnou, no silêncio; Jesus encontra-Se no silêncio do Santíssimo Sacramento do altar; Jesus vem às nossas almas, na sagrada Comunhão, no silêncio. No silêncio, quando menos esperarmos, Jesus virá ter connosco na hora da nossa morte». […] A vida silenciosa de são José ensina-nos que a glória dos cristãos não consiste em possuir bons empregos, mas em fazer o que Deus quer».

Propósito: Imitar o silêncio de São José, evitando dizer palavras que não sirvam para louvar a Deus e edificar os irmãos.

8º dia: São José modelo de oração icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


A oração é a atividade mais elevada do homem porque o coloca em comunhão com Deus e o aproxima das coisas do alto, alcançando-lhe as graças de que precisa para fazer a vontade de Deus nas várias circunstâncias da vida, nesta terra. Mas qual é a vontade de Deus, para mim? É a tua santificação. É isso que diz claramente São Paulo: «Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação» (1Tes 4,3).

A oração é a primeira fonte da nossa santificação. Recordemos sempre a grande máxima que diz: «Quem não reza, condena-se; quem reza pouco, corre o risco de se condenar; quem reza muito e bem, santifica-se!».

São José, mestre da santidade, com a sua vida de oração, de muita oração bem feita, quer ensinar-nos a rezar, a dedicarmo-nos quotidianamente à oração, com disponibilidade, fidelidade, amor e muita fé.

A oração de São José era intensa e fervorosa, sempre com os olhos postos em Jesus e em Nossa Senhora, sem nunca deles se desviar nem afastar, mesmo durante o longo e cansativo dia de trabalho, como carpinteiro. No silêncio, sempre recolhido interiormente, fixava o olhar do coração em Jesus e Nossa Senhora, o que tornava a sua oração toda contemplativa, experimentando a consolação do amor divino que o invadia e possuía desde o seu íntimo, nas profundezas da sua alma, cada vez mais preenchida de graça divina.

Ó bem-aventurado São José! Quantas graças não vos alcançaria uma oração tão humilde e doce, tão pura e virginal, tão ardente, tão inflamada de amor divino? A um dos seus filhos espirituais que era ator de cinema, o Santo Padre Pio recomendou: «Aprende a confiar as tuas coisas a São José […] confia-lhe os teus ente-queridos, os teus problemas, todo o teu ser». Recomendou-lhe também a prática do Santo Manto em honra de São José, que aprendeu ainda em Pietrelcina com sua mãe, Josefina.

Propósito: Rezar muito, rezar bem, rezar sempre, sem desfalecer (cf. Lc 18, 1-8).

9º dia: São José modelo de fé icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Já sabemos que, no Evangelho, São José é chamado de “homem justo” (Mt 1,19) e sabemos também que o “justo” “vive de fé” (Heb 10,38). As duas virtudes coabitam em São José, “homem justo que vive de fé”, uma fé provada. Bem o podemos ter como um exemplo extraordinário de fé e imitá-lo na forma como enfrentamos as dificuldades e as provações para, como ele, as superarmos.

Recordemos o episódio da anunciação do Anjo ao São José: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados. […] Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado» (Mt 1,20-24). Com uma fé incondicional, São José aceitou com prontidão coisas verdadeiramente extraordinárias: Acreditou nas palavras do anjo que lhe apareceu em sonho; acreditou na Encarnação do Verbo no seio virginal da Santíssima Virgem Maria; aceitou colaborar com Deus no mistério da Encarnação redentora.

A fuga para o Egito é também uma prova da sua fé inabalável: «Um anjo do Senhor apareceu a José e disse: “Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe e foge para o Egipto; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar”. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito» (Mt 2, 13-14). Obedeceu prontamente, obediência que podia ter sido frustrada por dúvidas e interrogações espontâneas: Tem de fugir o Filho de Deus, o Rei dos reis? Será que tem medo? Mas como? Não, ele nada questionou… obedece com a fortaleza da fé e avança com fé pura e intrépida em direção ao Egito.

Para celebrar a fé de São José, São Pio de Pietrelcina recitava um hino da Igreja grega que diz assim: «A tua alma foi obediente ao divino comando; encheu-se de uma pureza sem par, ó bem-aventurado José, mereceste receber por esposa aquela que é pura e imaculada entre as mulheres; foste o custódio desta Virgem quando ela mereceu tornar-se no tabernáculo do Criador […] Conduziste, da cidade de David, para o Egito, a Virgem pura, semelhante a uma nuvem misteriosa que traz escondido dentro de si o Sol de justiça […] Ó José, ministro do incompreensível mistério […] assististe com sabedoria o Divino, na carne feito Menino; serviste-O como um dos Seus anjos; Ele logo te iluminou; recebeste em ti os Seus raios espirituais. Ó bem-aventurado! Apareceste com o coração e a alma resplandecentes de luz. Aquele que com uma só palavra formou o Céu, a terra e o mar. Foi chamado o filho do artesão, o teu filho, admirável São José. Foste constituído pai d’Aquele que não tem princípio e que te glorificou como servidor de um mistério que supera toda a inteligência […]. Toda a criatura bendiga o Senhor e O exalte por todos os séculos dos séculos. Amem».

Propósito: pedir a São José que me alcance uma fé verdadeira, sem concessões nem meias verdades.


Cónego Armando Duarte
Março de 2020, Ano Jubilar de São José
(As meditações seguem de perto as do Padre Stefano M. Manelli, FI, in O Mês de São José – Meditações diárias para o mês de março, Ed. Cidade do Imaculado Coração, Fátima)