Santa Filomena em Portugal

NOVENA AO GLORIOSO PATRIARCA SÃO JOSÉ

Festa litúrgica a 10 de março

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NOVENA AO GLORIOSO PATRIARCA SÃO JOSÉ

Festa litúrgica a 10 de março

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Para todos os dias

Pelo sinal  ✞  da Santa Cruz, livre-nos Deus  ✞  nosso Senhor, dos nossos  ✞  inimigos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amem.

Oração ao Divino Espírito Santo

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do vosso Amor. V/. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R/. E renovareis a face da terra.


Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos, segundo o mesmo Espírito, conhecer as coisas retas e gozar sempre das Suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amem.

Ato de Contrição

Meu Deus, de todo o coração me arrependo dos meus pecados; odeio-os e detesto-os porque ofendem a vossa infinita Majestade e são causa da morte do vosso Divino Filho, Jesus Cristo, e da minha ruína espiritual. Proponho nunca mais cometê-los no futuro e fugir sempre das ocasiões de pecar. Senhor, tende misericórdia e perdoai-me.

Meditação para cada dia da Novena

Oração para todos os dias

São José, protetor e advogado nosso, a vós recorro para que me alcanceis a graça que me traz a vossos pés, gemendo e suplicando (formula-se a graça). Pelo afeto que vos uniu à Imaculada Virgem Maria e pelo paternal amor que consagrastes ao Menino Jesus, eu vos rogo que assistais todos os que sofrem as consequências desta pandemia. Ó providentíssimo guardião da Sagrada Família, defendei a Santa Igreja de Deus das insídias dos seus inimigos e de todas as adversidades. Concedei a todos os que imitando o vosso exemplo e sustentados pelo vosso auxílio, a alegria de viver santamente, morrer piamente e obter a bem-aventurança do Céu. Amem.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
V/. São José, pai putativo do Sagrado Coração de Jesus.
R/. Rogai por nós.

Ladainha de São José

Senhor, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos/ Jesus Cristo, ouvi-nos
Jesus Cristo, atendei-nos/ Jesus Cristo, atendei-nos

Deus Pai Celestial,
Tende piedade de nós,
Deus Filho, Redentor do mundo,
Tende piedade de nós,
Deus Espírito Santo,
Tende piedade de nós,
Santíssima Trindade, que sois uma só Deus,
Tende piedade de nós,


Santa Maria,
São José
Ínclito descendente de David,
Luz dos patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Casto guarda da Virgem,
Pai nutrício de Jesus Cristo,
Zeloso defensor do Filho de Deus,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Consolo dos aflitos,
Esperança dos enfermos,
Padroeiro dos moribundos,
Terror dos demónios,
Protetor da Santa Igreja,

rogai por nós.


Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo,
Perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
Ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
Tende piedade de nós.

R. Rogai por nós, São José.
V. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos

Ó Deus, que, por inefável Providência, Vos dignastes escolher a São José por esposo de Vossa Mãe Santíssima, concedei-nos que aquele mesmo, que na terra veneramos como protetor, mereçamos tê-lo no céu como intercessor. Vós que viveis e reinais por todos os séculos. Amem.

Meditação do 1º Dia: São José e os Anjos icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


A vida de São José dá-nos a conhecer os anjos, a sua existência, o seu trabalho, a sua missão. Pela sua missão de pai putativo de Jesus e esposo da Virgem Santa Maria, bem precisava da assistência dos anjos, e eles não deixaram de manifestar, no seu dia a dia, a sua preciosíssima presença.

Recordemos o regresso de Nossa Senhora da visita à sua prima Isabel… Maria mostrava já os sinais da sua gravidez virginal, e São José, que ainda não estava a par do acontecido, iniciou um período de amaríssimo e indizível tormento, partilhado, silenciosamente, por Maria Santíssima que esperava um sinal do alto para falar com São José sobre o mistério da conceção virginal de Jesus, ocorrida por obra do Espírito Santo.

Por obra da Providência de Deus, eis que um anjo aparece em sonhos a São José e lhe revela o mistério da gravidez de Maria, com estas palavras: «José, filho de David, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Dará á luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus, porque ele salvará o povo dos seus pecados» (Mt 1,20-21).

Depois do nascimento de Jesus, logo que o rei Herodes tomou conhecimento que tinha nascido o novo Rei dos Judeus em Belém, decide mandar matá-lO o quanto antes, organizando o infame e trágico massacre dos inocentes de Belém. A José, que ignorava este projeto assassino de rei Herodes, aparece de novo um anjo de Deus, como descreve o evangelho de Mateus: «“Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para lhe tirar a vida”. E ele, levantando-se de noite, tomou o menino e a sua mãe, e retirou-se para o Egipto, e lá esteve até á morte de Herodes […]. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos magos, irou-se em extremo, e mandou matar todos os meninos, que havia em Belém e seus arredores, da idade de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos magos» (Mt 2,13-16).

O mesmo anjo fala a José quando Herodes morreu: «Morto Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José no Egipto, dizendo: “Levanta-te, toma o menino e a sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque morreram os que procuravam tirar a vida do menino”» (Mt 2,19-20).

Assim nos ensina São José, em ocasiões diferentes, a viver a experiência do anjo de Deus que está próximo de cada um de nós, e ao qual podemos e devemos recorrer, com toda a reverência e confiança, obedecendo sempre prontamente às suas ordens celestes.

Propósito: Rezar com frequência ao Anjo da Guarda e pedir-lhe ajuda, proteção e conselho, sobretudo nas dificuldades.

Meditação do 2º Dia: São José Patrono da Igreja icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Através do Decreto Quemadmodum Deus, publicado em 8 de dezembro de 1870, o Papa Pio IX solenemente declarou São José Patrono da Igreja Católica.

O Papa Leão XIII, numa Carta Encíclica publicada em 15 de agosto de 1889, explica muito bem a importância do patrocínio de São José a toda a Igreja: «Ele foi o esposo de Maria e pai putativo de Jesus Cristo. Daqui derivam toda a sua grandeza, graça, santidade e glória; desta dupla dignidade brotam espontaneamente os deveres que a natureza impõe aos pais de família. Assim, São José tinha o dever de ser o custódio natural e legítimo, administrador e defensor do lar divino ao qual presidia. E ele exercitou estas tarefas com sumo amor e quotidianamente. Cuidando de sua esposa e da divina prole […], sendo companheiro inseparável, apoio e consolo da Virgem e de Jesus.

Mas a casa divina que José governou com autoridade paterna, continha os princípios da Igreja nascente. A Virgem Santíssima, de fato, enquanto Mãe de Jesus, é também mãe de todos os cristãos, por Ela gerados em meio às dores do Redentor no Calvário. E Jesus é, de alguma maneira, como o primogénito dos cristãos, que por adoção e pela redenção lhe são irmãos. Disto deriva que São José considera como confiada a Ele próprio a multidão dos cristãos que formam a Igreja, ou seja, a inumerável família dispersa pelo mundo, sobre a qual Ele, como esposo de Maria e pai putativo de Jesus, tem uma autoridade semelhante a de um pai. É, portanto, justo e digno de São José, que assim como ele guardou no seu tempo a família de Nazaré, também agora guarde e defenda com seu patrocínio a Igreja de Deus. Convém, e é sumamente bondoso para José que, tal como noutros tempos tomou santamente conta da Sagrada Família de Nazaré em todas as suas necessidades, assim também agora defenda e proteja com celeste patrocínio a Igreja de Cristo».

O Papa Francisco convocou Ano de São José, iniciado em 8 de dezembro de 2020 e que se prolongará até 8 de dezembro de 2021. A iniciativa, apresentada mediante a carta apostólica Patris Corde, comemora os 150 anos do decreto Quemadmodum Deus. Um objetivo proposto pelo Papa Francisco para este ano é: «[…] que todos os fiéis, com o exemplo de São José, possam fortalecer diariamente a sua vida de fé em plena realização da vontade de Deus”. Recentemente, na Audiência de quarta feira, o Papa Saudava os peregrinos de língua portuguesa com estas palavras: «Saúdo-vos e vos animo a venerar São José, o homem de presença constante, discreta e escondida, tomando-o como intercessor, amparo e guia nos momentos de dificuldade, para que nunca se acabe o óleo da fé e da alegria, que brota de uma vida de comunhão com Deus».

Propósito: Rezar a São José, Padroeiro da Igreja universal, para que proteja e defenda a Santa Madre Igreja e o Santo Padre das insídias do demónio.

Meditação do 3º Dia: São José Protetor das famílias cristãs icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Numa bela página do seu livro com meditações para mês de março, consagrado a São José, o beato Bartolo Longo, de forma clara e serena, descreve a casa da Sagrada Família, da seguinte forma: «A pequena casa de Nazaré era um verdadeiro Paraíso. Ali reinava a ordem, a paz, a concórdia e caridade mais sublime. Naquele santo retiro cada coisa se fazia com a mais perfeita correção; nela temos um admirável modelo para as famílias cristãs».

Cada família cristã, santificará os seus membros se nela reinar «a ordem, a paz, a concórdia e a caridade mais sublime», tal como acontecia na Sagrada Família, composta por São José operário, por Nossa Senhora e pelo Menino Jesus que crescia na pequena casa de Nazaré.

O beato Bartolo Longo escreve ainda: «Os primeiros cristãos tinham um só coração e uma só alma e, por maioria de razão, deve-se dizer o mesmo de Jesus, Maria e José. Se primeiros cristãos tinham um só sentir e uma só alma, nutriam entre si os mesmos desejos, os mesmos sentimentos e os mesmos afetos, quanto mais as três augustas pessoas da divina família, unidas pelo Amor de Deus! Será que também nós, como São José, procuramos gozar de uma grande comunhão de vida com Jesus e Maria? A exemplo do santo patriarca, desapeguemos o nosso coração das criaturas».

Esforcemo-nos por imitar os exemplos de virtude de São José, grande protetor das famílias, mas ainda um maior modelo de virtudes cristãs que todos somos chamados a praticar nas nossas famílias em ordem à nossa santificação e santificação das nossas famílias.

Propósito: Á imitação de São José e da Sagrada Família, empenharmo-nos guardar e fazer reinar na família as virtudes cristãs, em especial a ordem, a paz, a concórdia e a caridade mais sublime.

Meditação do 4º Dia: São José Padroeiro dos operários icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


A Sagrada Família era, na realidade, uma verdadeira família de operários. São José exercia a profissão de carpinteiro artesanal na sua pequena carpintaria de Nazaré, para ganhar o necessário sustento para o dia a dia da sua família. Maria Santíssima, a Rainha Universal, como lhe chamou São Boaventura de Bagnoregio, tecia e cosia, cozinhava e limpava, tarefas necessárias em qualquer família. Jesus, por sua vez, à medida que ia crescendo, aprendia do pai o ofício de carpinteiro e ajudava a mãe em muitas tarefas.

Um dos primeiros Padres da Igreja, o apologista cristão São Justino, dá-nos conta no seu Diálogo com Trifão, que São José trabalhava como carpinteiro construindo até carroças, arados, e outros apetrechos para o gado e para a lavoura, e que o jovem Jesus aprendia a conhecer e a construir com o pai estes instrumentos, dos quais mais tarde falaria, na Sua pregação: «Vinde a Mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai o Meu jugo sobre vós e aprendei de Mim, porque Eu sou manso e humilde de coração e achareis repouso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11,28-30).

Portanto, São José, mesmo sendo de estirpe real pela sua descendência de David, não só não fugia ao trabalho manual, como se empenhava seriamente no seu ofício de carpinteiro, fazendo-o com honra e dedicação, com paciência e esforço, de acordo com a vontade de Deus.

Atendendo ao exemplo de São José como trabalhador santo, Pio XII instituiu, no dia 1 de maio de 1955, a Memória litúrgica de São José operário, apresentando-o como padroeiro de todos os trabalhadores cristãos. especialmente dos mais operários.

Propósito: Pedir a intercessão de São José por todos que estão sem emprego.

Meditação do 5º Dia: São José Padroeiro dos moribundos icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


São José, pai virginal de Jesus, o Filho de Deus humanado, e esposo da Virgem Maria, a Mãe de Deus, recebeu a graça extraordinária de morrer nos braços de Jesus e de Maria, passando santamente deste mundo ao paraíso. Eis o relado da beata Anna Catarina Emmerick:

«Quando São José morreu, Nossa Senhora estava sentada junto à cabeceira da cama e tinha-o nos braços, enquanto Jesus estava próximo de seu peito. O quarto estava cheio de esplendor e de anjos. São José, com as mãos postas sobre o peito, foi envolvido em panos de linho branco e assim foi depositado numa caverna sepulcral, que um bom homem lhe havia oferecido. Além de Jesus e Maria, poucas pessoas o acompanharam, mas o cortejo fúnebre foi seguido por anjos, numa atmosfera de um grande esplendor».

Tendo tido São José a sorte invejável de morrer nos braços de Jesus e de Maria, percebe-se bem que o povo cristão, com o seu vivo sentido da Fé, considere São José como verdadeiro Padroeiro dos moribundos, aquele que, melhor que qualquer outro, nos pode obter a graça de uma “santa morte” que nos faça passar sem demora da terra ao paraíso.

Lembremos a experiência de Santa Teresa do Menino Jesus que, já perto da hora da morte, assustada com a presença de um demónio que rodopiava à volta da sua cama, exclamou: «Oh, rezai pelos agonizantes! Se se soubesse!...». Que outra coisa pode ser melhor que uma “boa morte em graça de Deus”? De uma “boa morte” depende, aliás, a salvação para toda a eternidade. Se São José nos pode obter esta grande graça, como não ser seus fervorosos devotos? Aprendamos nós com os santos a confiarmo-nos a São José para alcançar a graça de uma santa morte.

Propósito: Pedir a São José a graça de uma santa morte e adquirir o hábito de rezar pelos moribundos.

Meditação do 6º Dia: São José mestre da santidade icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


São José é definido no Evangelho como “justo”. Ele «mereceu ser chamado justo - escreve São Jerónimo - porque possuía, de forma sublime, todas as virtudes e porque em tudo cumpria a vontade de Deus, amando a Deus e ao próximo».

Tendo em conta que São José viveu durante pelo menos trinta anos na companhia de Jesus e Maria, como não entender e não acreditar que ele seja o maior de todos os santos? O próprio facto de São José ter sido o chefe da Sagrada Família; ter sido o pai virginal de Jesus, o Verbo encarnado; ter sido o esposo virgem da Virgem Maria, a Mãe de Deus, são credenciais mais que suficientes para admitirmos que a santidade e a grandeza de São José, são superiores à de todos os anjos e santos, sendo inferiores apenas à santidade e à grandeza de Nossa Senhora, Mãe de Deus.

São José tem na terra o primeiro lugar na hierarquia dos justos; no Céu tem o primeiro lugar na hierarquia dos santos. Além disso, pode e deve dizer-se que São José, pela sua santidade, é justamente tido como o “mestre” da santificação de todos, em especial dos pais de família, dos nobres de nascimento, dos exilados, dos educadores, dos religiosos, dos sacerdotes, além dos moribundos e dos operários, assunto de meditações anteriores desta novena.

Frequentar a escola de santidade de São José significa cultivar as grandes virtudes cristãs e praticar com humildade a caridade, em união permanente de amor a Jesus e a Maria. A escola de são José, deve ser a nossa: a escola mais humilde e sublime! Coragem, adiante, entremos nela sem perder mais tempo!

Propósito: Suplicar a São José, “mestre de santidade”, que nos infunda uma ânsia ardente de santidade.

Meditação do 7º Dia: São José modelo de silêncio icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


«Deus está no silêncio». Assim sendo, os santos não podem senão amar o silêncio. São José, “mestre de santidade” é o “santo do silêncio”, não apenas pela sua índole, mas também pela sua missão… Deus está no silêncio e foi o pai de Jesus, o “Deus connosco”, com quem viveu na casa de Nazaré.

O Evangelho não contém uma única palavra proferida por São José. Quem não gostaria de conhecer o modo de ele se expressar, ou ser edificado por um seu pensamento, ou rezar uma oração por ele ensinada… mas nada disso é possível. A presença de São José edifica-nos pelo silêncio, pela discrição, pela humildade. É assim na conceção de sua Esposa e na natividade de Jesus; na fuga para o Egito, com Jesus e Maria; na fuga e no encontro do Menino Jesus no templo, após aqueles três dias de angústia. Sempre presente e laborioso, mas no silêncio.

Era o guardião da Sagrada Família, a quem garantia o seu sustento quotidiano; tinha uma relação cordial com as pessoas que a ele recorriam por motivos profissionais ou sociais. Mas tudo na vida de São José decorria no silêncio, no recato quase contemplativo. Claro, podemos imaginar as conversas entre ele e Maria, as coisas bonitas que diriam um ao outro sobre o seu “tesouro”, o Filho de Deus. E até, a partir de certa altura, nas conversas entre Jesus, Maria e José. Mas em vão as procuraríamos nos Evangelhos. Aos evangelistas interessa-lhes o anúncio da boa nova, e a boa nova que nos chega através do “justo” José, é a sua colaboração permanente, mas no silêncio, com o projeto de Deus.

É do beato Bartolo Longo, este ensinamento: «O silêncio é o modo próprio de Deus agir... Realiza as Suas obras no silêncio; o Filho de Deus encarnou, no silêncio; Jesus encontra-Se no silêncio do Santíssimo Sacramento do altar; Jesus vem às nossas almas, na sagrada Comunhão, no silêncio. No silêncio, e quando menos esperarmos, Jesus virá ter connosco na hora da nossa morte». […] A vida silenciosa de são José ensina-nos que a glória dos cristãos não consiste em possuir bons empregos, mas em fazer o que Deus quer».

Propósito: Imitar o silêncio de são José, evitando dizer palavras que não sirvam para louvar a Deus e edificar os irmãos.

Meditação do 8º Dia: São José modelo de oração icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


A oração é a atividade mais elevada do homem porque nos coloca em comunhão com Deus e nos aproxima das coisas do alto, alcançando-nos as graças de que precisamos para fazer a vontade de Deus nas várias circunstâncias da nossa vida nesta terra. Mas qual é a vontade de Deus para mim? É a tua santificação. É isso que diz claramente São Paulo: «Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação» (1Tes 4,3).

A oração é, pois, a primeira fonte da nossa santificação. Recordemos sempre a grande máxima que diz: «Quem não reza, condena-se; quem reza pouco, corre o risco de se condenar; quem reza muito e bem, santifica-se!».

São José, mestre da santidade, instrói-nos e ilumina-nos com a sua vida de oração, de muita oração bem feita, quer ensinar-nos a rezar, a dedicarmo-nos quotidianamente à oração, com disponibilidade, fidelidade, amor e muita fé.

A oração de São José era intensa e fervorosa, toda com os olhos postos em Jesus e em Nossa Senhora, sem nunca deles se desviar nem afastar, mesmo durante o longo e cansativo dia de trabalho como carpinteiro. No seu silêncio, sempre recolhido interiormente, fixava o olhar do coração em Jesus e Nossa Senhora, o que tornava a sua oração toda contemplativa, experimentando a consolação do amor divino que o invadia e possuía desde o seu íntimo, nas profundezas da sua alma, cada vez mais preenchida de graça divina.

Ó bem-aventurado São José! Que graças não te alcançava uma oração tão humilde e doce, tão pura e virginal, tão ardente, tão inflamada de amor divino? O ator de cinema tornou-se um dos filhos espirituais de Santo Padre Pio a quem ele recomendou: «Aprende a confiar as tuas coisas a São José […] confia-lhe os teus ente-queridos, os teus problemas, todo o teu ser». Recomendou-lhe também a prática do Santo Manto em honra de São José, que aprendeu ainda em Pietrelcina com sua mãe, Josefina.

Propósito: Rezar muito, rezar bem, rezar sempre, sem desfalecer (cf. Lc 18, 1-8).

Meditação do 9º Dia: São José modelo de fé icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Já sabemos que, no Evangelho, São José é chamado de “homem justo” (Mt 1,19) e sabemos também que o “justo” “vive de fé”(Heb 10,38). As duas virtudes coabitam em São José, “homem justo que viveu de fé”, uma fé provada. Porém todas as provações superou santamente, pelo que podemos e devemos olhar para ele como um exemplo extraordinário de fé e imitá-lo no modo como enfrentamos as dificuldades e as provações, para, como ele as superarmos.

Recordemos o episódio da anunciação do Anjo ao São José: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. […] Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado» (Mt 1,20-24). Com uma fé incondicional, São José aceitou com prontidão coisas verdadeiramente extraordinárias: Acreditou nas palavras do anjo que lhe apareceu em sonho; creditou na Encarnação do Verbo no seio da Virgem Maria; Aceitou colaborar com Deus no mistério da Encarnação redentora.

É também uma prova da sua fé inabalável a fuga para o Egito: «Um anjo do Senhor apareceu a José e disse: “Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe e foge para o Egipto; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar”. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito» (Mt 2, 13-14). Obedeceu prontamente, obediência que podia ter sido frustrada por dúvidas e interrogações espontâneas: Ter de fugir o Filho de Deus? O Rei dos Reis? Será que tem medo? Mas como? Não, ele nada questionou… obedece com a fortaleza da fé e avança com fé pura e intrépida em direção ao Egito.

Para celebrar a fé de São José, São Pio de Pietrelcina recitava um hino da Igreja grega que diz assim: «A tua alma foi obediente ao divino comando; encheu-se de uma pureza sem par, ó bem-aventurado José, mereceste receber por esposa aquela que é pura e imaculada entre as mulheres; foste o custódio desta Virgem quando ela mereceu tornar-se no tabernáculo do Criador […] Conduziste, da cidade de David, para o Egito, a Virgem pura, semelhante a uma nuvem misteriosa que traz escondido dentro de si o Sol de justiça […] Ò José, ministro do incompreensível mistério […] assististe com sabedoria, ó José, o Divino, na carne feito Menino; serviste-O como um dos Seus anjos; Ele logo te iluminou; recebeste em ti os Seus raios espirituais. Ó bem-aventurado! Apareceste com o coração e a alma resplandecentes de luz. Aquele que com uma só palavra formou o céu, a terra e o mar. Foi chamado o filho do artesão, o teu filho, admirável São José. Foste constituído pai d’Aquele que não tem princípio e que te glorificou como ministro de um mistério que supera toda a inteligência […]. Toda a criatura bendiga o Senhor e O exalte por todos os séculos, Amem.»

Propósito: Pedir a São José que me alcance uma fé verdadeira, sem concessões nem meias verdades.


*As meditações seguem de perto as do Padre Stefano M. Manelli, FI, in O Mês de São José – Meditações diárias para o mês de março, Ed. Cidade do Imaculado Coração, Fátima

Cónego Armando Duarte
Basílica dos Mártires, 7 de março de 2021