Santa Filomena em Portugal

NOVENA EM HONRA DO MÁRTIR SÃO SEBASTIÃO

De 11 a 19 de janeiro

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NOVENA EM HONRA DO MÁRTIR SÃO SEBASTIÃO

De 11 a 19 de janeiro

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1. Orações iniciais

Pelo sinal  ✞  da santa Cruz, livre-nos Deus  ✞  nosso Senhor, dos nossos  ✞  inimigos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amem

Oração ao Divino Espírito Santo

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do vosso Amor.
V/. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R/. E renovareis a face da terra.


Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos, segundo o mesmo Espírito, conhecer as coisas retas e gozar sempre das Suas consolações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amem.

Ato de Contrição

Meu Deus, de todo o coração me arrependo dos meus pecados; odeio-os e detesto-os porque ofendem a vossa infinita Majestade e são causa da morte do vosso Divino Filho, Jesus Cristo, e da minha ruína espiritual. Proponho nunca mais cometê-los no futuro e fugir sempre das ocasiões de pecar. Senhor, tende misericórdia e perdoai-me.

2. Meditação para cada dia

Primeiro dia: A fé impele São Sebastião para o serviço dos irmãos icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Ao iniciar hoje a Novena do glorioso Mártir São Sebastião, reconheçamo-lo como um extraordinário exemplo de fé. Os romanos chamavam Mare Nostrum ("nosso mar") ao Mediterrâneo, porque todas as terras por ele banhadas faziam parte do Império. Foi em Narbonne, no Sul de França, na altura um importante porto do Mediterrâneo, que, em finais do século III, nasceu Sebastião. A sua família, quando ele era ainda uma criança, regressou a Milão, cidade de onde era originária. Seguindo o exemplo da mãe, uma cristã convicta, sempre se mostrou forte e piedoso. Quando atingiu a idade adulta, alistou-se como militar, nas legiões do Imperador Diocleciano. Não que sentisse uma grande atração pela carreira militar, mas porque via nisso uma possibilidade de ajudar os seus irmãos na fé, perseguidos por odem do sanguinário Imperador. Sob as vestes militares estava um verdadeiro cristão, e dentro de seu corpo pulsava um coração ardente, desejoso de apoiar os perseguidos e ajudá-los a seguir o Divino Mestre, sobretudo quando se adivinhava o martírio. Sebastião não fazia alarde da sua fé, o que pode parecer estranho… na verdade, também Jesus, várias vezes pediu segredo acerca de gestos por Ele realizados e que, na nossa maneira de ver, deveriam ser divulgados: “E Jesus logo despediu o leproso com esta advertência: ‘Livra-te de falar nisto a alguém…’” (Mc 1,44). Tal como para Jesus, o segredo de Sebastião justificava-se por duas principais razões: para que a publicidade exagerada não prejudicasse os seus gestos de caridade; não queria precipitar o seu martírio que, ocorreria por certo, logo que o Imperador soubesse que ele era cristão.

Considera, pois, este genuíno desejo de São Sebastião em ajudar os cristãos perseguidos, sobretudo, aqueles que eram mais vacilantes na sua fé. Neste primeiro dia da novena pede a Deus que te dê solicitude por todos os que precisam de ajuda, especialmente pelos teus irmãos na fé.

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Segundo dia: São Sebastião, responde ao chamamento de Deus icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


A vida de Sebastião, em Milão, decorria com tranquilidade. Era um soldado conceituado, provindo de uma família conhecida, onde não faltavam cristãos necessitados do seu apoio. Porém, o forte das perseguições ocorria em Roma. Que queria Deus da sua vida? Passou por um processo idêntico ao daqueles que são chamados para as missões… não partem porque nas suas terras não se sintam bem, ou não sejam nelas necessários por falta de trabalho apostólico, mas porque Deus lhes pede mais. Pede-lhes que, longe do seu conforto, se façam próximo daqueles que mais precisam. Através do Seu Espírito, Deus o foi seduzindo… Sebastião, sempre dócil à voz de Deus, deu-Lhe a resposta que deveria dar: deixou a família e a tranquilidade de Milão, para servir os cristãos – continuando a servir o Império como militar - em Roma. Santo Ambrósio, que foi Bispo de Milão ainda no século IV, o século do martírio de Sebastião, dizia num sermão famoso: “Aproveitemos o exemplo de do mártir São Sebastião… Era oriundo de Milão e foi para Roma no tempo em que a fé sofria lá tremenda perseguição. Aí padeceu, quer dizer, foi coroado”. Sebastião partiu! Na chegada à capital do Império foi surpreendido por um gesto de Maximino Hercúleo, que governava a Península Italiana nas vezes do Imperador Diocleciano, que estava no Oriente… agradado pelo porte atlético do jovem militar e informado sobre a sua a prudência e bravura, mas desconhecendo que ele era cristão, nomeou-o para sua guarda pessoal. Tratar-se-ia de uma tentação demoníaca para o desviar daquela que era a sua intenção ao partir para Roma? O demónio serve-se de tudo – procedeu assim com o próprio Cristo, tentando-O no deserto – para nos desviar daquela que é a missão de Deus tem para nós.

Considera, pois, a busca interior de Sebastião: ele quer fazer o que Deus quer que ele faça. O propósito deste dia da novena é difícil: reconhece na tua vida duas ou três insinuações em que o demónio tentou desviar-te da missão que Deus tem para ti. Quem levou a melhor?

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Terceiro dia: São Sebastião e a prática das Obras de Misericórdia icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Já em Roma, Sebastião cumpria exemplar e lealmente as suas tarefas como militar da guarda pessoal de Maximino. Entre os irmãos da fé, rapidamente se impôs como vivo testemunho de caridade. Em consequência das perseguições, eram então numerosos os prisioneiros e muitos aqueles a quem, por serem cristãos, o Império confiscava todos os bens. Não temendo perder a confiança do Governador, exercia a caridade visitando os encarcerados e confortando-os, encorajando e ajudando os que tinham sido espoliados dos seus bens. Um dos episódios da sua ação apostólica, tem como intervenientes Marcos e Marceliano, irmãos gémeos, diariamente visitados por Sebastião. Haviam sido presos por serem cristãos e, nas masmorras, eram frequentemente torturados. Acabaram por ser condenados à decapitação. Porém, como eram membros de uma influente família romana, o Administrador Cromácio, concedeu licença para num prazo de alguns dias receberem visitas. O objetivo do sagaz Cromácio era que as visitas lhes mudassem as suas convicções. Mudaram-nos para casa de um escrivão do governo da cidade chamado Nicóstrato, para aí, embora acorrentados, poderem receber os seus ilustres visitantes. Todos eles, incluindo os seus pais, suas mulheres e seus filhos, ainda crianças, tentavam convencê-los a renegar a fé cristã a fim de serem postos em liberdade. Quando quase a vacilavam, apareceu a visita do costume, Sebastião, que citando as escrituras os exortou à perseverança. As suas palavras reergueram Marcos e Marceliano, mas impressionaram também todos os que o ouviam, começando por Zoé, casada com Nicóstrato, donos da casa. Aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes e consolar os aflitos, são obras de Misericórdia espirituais que Sebastião praticou exemplarmente. De novo ele fez o que devia fazer. Sebastião queria que os gémeos recebessem aquilo que o mundo não pode dar: a coroa da glória.

Considera, pois, como são Sebastião não cede ao facilitismo… O apóstolo não se adapta às conveniências, aponta sempre o caminho que leva ao Céu. Como propósito deste dia da novena pede a Deus que, no teu apostolado, te ajude a ser Seu instrumento. Já agora… onde fazes apostolado?

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Quarto dia: No cárcere, Sebastião prega a Palavra de Deus icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Vimos, na meditação de ontem, como a exortação de Sebastião foi capaz de encorajar Marcos e Marceliano a perseverar no seguimento de Jesus, contraindo as expectativas de Cromácio, de Nicóstrato e, também as dos seus familiares. Sebastião, no seu apostolado, não dizia aquilo que as pessoas queriam ouvir, mas aquilo que precisavam de ouvir para alcançar a pátria celeste, mesmo quando a mensagem era portadora da radicalidade evangélica. O a sua exortação foi sobre a seguinte passagem do Evangelho: “Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem quiser perder a sua vida por minha causa, encontrá-la-á. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se, depois, perder a sua alma? Ou que poderá dar o homem em troca da sua alma?” (Mt 16, 14-26). Zoé, esposa de Nicóstrato, reconhecendo em Sebastião um homem de Deus, prostrou-se a seus pés e por gestos indicou-lhe a doença de que padecia: uma doença que lhe fizera perder a capacidade de falar. Sebastião fez o sinal da cruz sobre a boca de Zoé e, em voz alta, pediu a Nosso Senhor Jesus Cristo que a curasse, e imediatamente ela recuperou a fala e pôs-se a louvar o Deus verdadeiro, acrescentando que acreditava em tudo o que Sebastião acabara de dizer. Diante da cura da sua mulher, o próprio Nicóstrato lançou-se aos pés de Sebastião e pediu perdão por ter mantido os dois cristãos aprisionados, libertando-os em seguida, e declarando que se sentiria feliz se viesse a ser aprisionado e morto em lugar deles. E os dois irmãos, naquele momento libertados, recusaram-se a abandonar a luta e davam graças a Deus que não permitiu que tivessem sucesso os esforços daqueles que quiseram convencê-los a abandonar a fé, a mesma fé que acabavam de aceitar os próprios donos da casa estiveram aprisionados.

Considera, pois, aquilo que caracteriza o verdadeiro evangelizador: a fidelidade à Palavra que recebeu, anunciando-a integralmente e em toda a sua exigência. Propósito deste dia da novena: Recusar sem um Evangelho “light”… Ao contrário, conformar-me sempre com a exigência da Palavra de Deus.

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Quinto dia: São Sebastião experimenta a eficácia da pregação icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Na meditação de ontem, vimos como Sebastião frustrou as expectativas de Cromácio… a sua exortação sobre as exigências do seguimento como condição para alcançar a vida eterna, encorajou Marcos e Marceliano e alcançou a conversão de Zoé e de Nicóstrato. Enquanto isso, os dois irmãos louvavam em uníssono a Deus por aquilo que os seus olhos viam e os seus ouvidos ouviam: por Sebastião, que lhes anunciou uma palavra que tornou mais firme a sua fé e os reforçou na sua pertença à comunidade dos discípulos; a mesma palavra que Zoé e Nicóstrato escutaram e acolheram no coração, mudando-lhes a vida e juntando-os à comunidade dos crentes. Nas horas que se seguiram, outras pessoas também abraçaram a fé cristã, sendo sessenta e oito o número de pessoas convertidas e batizadas por São Policarpo, ali chamado por Sebastião, entre eles o carcereiro Cláudio com dois filhos e sua esposa Sinforosa, o pai dos gémeos, chamado Tranquilino, com sua esposa Márcia mais seis amigos, as mulheres dos gémeos e dezasseis outros encarcerados. Até Cromácio e seu filho se tornaram cristãos, permitindo que fossem quebradas mais de duzentas estátuas de ídolos que eram por eles adorados. Como é poderosa a Palavra! Como são bem-aventurados aqueles que ousam anunciá-la a tempo e fora de tempo! “Não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que O invocam. Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como hão de invocar Aquele em quem não acreditaram? E como hão de acreditar n’Aquele de que não ouviram falar? E como hão de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão de pregar, se não forem enviados?” (Rm 10, 12-15). O enviado Sebastião, pregou; a Palavra, sempre eficaz, operou maravilhas!

Considera, pois, a eficácia da Palavra de Deus! Mas Deus quer precisar de instrumentos humanos que a anunciem. Nada daquilo que aconteceu em casa de Zoé e Nicóstrato teria acontecido se Sebastião fosse calculista, ou medroso ou pensasse, como infelizmente tantos pensam: Deus na Sua misericórdia a todos salva, independente das suas convicções. Será que pensas assim? Como propósito deste dia da novena escreve três vezes a célebre frase de São Paulo: “Ai de mim se não Evangelizar” (1Cor 9,16).

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Sexto dia: Sebastião percebe que não pode servir a dois senhores… icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Sebastião, homem de rija têmpera e aprimorada formação, tinha um caráter determinado. Desde jovem, distinguia-se entre os seus pares pela coragem e fortaleza de ânimo. Sempre aberto à ação do Espírito Santo, sobrenaturalizou pela graça os muitos dons naturais que possuía. Fez-se soldado do Império para poder servir o Reino de Deus, servindo Jesus nos irmãos, defendendo e cuidando dos mais fracos. No Sermão da Montanha, Jesus prevenira: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6, 24). Sebastião experimentou esta palavra na sua vida… Logo que a sua pertença a Cristo foi denunciada, percebeu que não podia ser soldado do Imperador e soldado de Cristo. Eram realidades incompatíveis! Sebastião escolheu a melhor parte: escolheu Cristo! Colocou ao serviço do Reino de Deus a sua alma varonil e destemida. Com a mesma coragem e fortaleza com que servira antes o seu senhor temporal, Diocleciano, e também Maximino Hercúleo e o resto da sua coorte, a ele resistiu, quando ameaçado de morte por causa da sua fé se recusou a prestar culto ao Imperador. Desassombrado, enfrentou a perseguição e o martírio, e não renegou a fé que professava. No mundo em que vivemos, as nossas convicções religiosas nem sempre permanecem inabaláveis… Diante de mesquinhas ameaças, são muitos os cristãos que perdem o fervor ou esmorecem o seu ímpeto apostólico.

Considera, pois, o contraste entre a prática corrente de tantos batizados – quem sabe, tu próprio… – que tão facilmente renegam a fé e se adaptam aos critérios mundanos, e o testemunho de fidelidade e valentia de São Sebastião. Como propósito deste dia da novena, reza assim: “Valoroso e forte mártir Sebastião, que não temeste a ameaça dos poderosos, mas confessaste corajosamente a fé cristã nos momentos de perseguição; alcança-me do Espírito Santo o dom da fortaleza para resistir ao mal e perseverar fiel até à morte. Amem.

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Sétimo dia: Irene e outras mulheres cuidam de São Sebastião icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Crescia o ódio de Diocleciano aos cristãos… a ponto de expurgar o seu exército dos discípulos de Cristo. Um dos soldados denunciou a fé de Sebastião. Maximino Hercúleo sentiu-se humilhado por ter ao seu serviço, na própria guarda pessoal, um cristão. Porém, como tinha uma grande admiração por Sebastião, chamou-o para lhe dar uma nova oportunidade… bastava prestar culto aos ídolos. Sebastião não se deixou intimidar; explicou a Maximino as razões da sua fé. Este, enraivecido, deu ordem aos seus soldados que o matassem à flechada. Tal ordem foi imediatamente cumprida: levaram-no para um descampado, despiram-no, amarraram-no a uma árvore e sobre ele dispararam uma chuva de flechas e abandonaram-no, esperando que sangrasse até à morte. Pela noitinha, Irene, viúva do mártir Cástulo, foi com outras santas mulheres ao lugar da execução. A sua intenção era cumprir a 7ª das Obras de Misericórdia corporais que consiste em “enterrar os mortos”. Porém, assombradas, deram-se conta que Sebastião tinha ainda um sopro de vida… cuidadosamente retiraram as flechas, desamarraram-no da árvore e, às escondidas, envolto numa capa, levaram-no para casa de Irene que dele cuidou carinhosamente e o recuperou.

Considera, pois, a coragem destas mulheres… quantos riscos elas não correram, embora tivessem bem presente a experiência do martírio, já que Cástulo, marido de Irene, tinha sido martirizado. Primeiro, foi Sebastião, a correr o risco de cuidar dos cristãos perseguidos ou fragilizados pela perseguição. Agora, foi Sebastião a ser cuidado. “Dai e dar-se-vos-á… A medida que empregardes com os outros será usada convosco” (Lc 6, 28). Como propósito deste dia da novena, faz um exame de consciência… como vivo a minha pertença à Igreja? Dela, quantos dons não tenho eu recebido… Sou cuidado pela santa Igreja, minha mãe… E eu, como cuido? Recebo muito, reconheço. Em troca, partilho algum do meu tempo, dos meus talentos, dos meus bens com a minha comunidade?

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Oitavo dia: São Sebastião, apóstolo da não violência icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Restabelecido, Sebastião voltou a ser o mesmo que era… Aproveitou uma festa pública dada por Maximino Hercúleo e foi à sua presença para que ele soubesse que, por graça de Deus e com a ajuda dos irmãos, não tinha morrido. Estava ali vivo, disposto a dar testemunho de Cristo; e também para censurar Diocleciano e Maximino pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de serem inimigos do Estado. Maximino, imediatamente e de forma brutal, demonstrou que não tinha a mínima intenção de deixar de perseguir os cristãos. Chamou os algozes e ordenou-lhes que ali mesmo, na sua presença, espancassem Sebastião até à morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. Depois de martirizado, para que o corpo não passasse a ser venerado pelos cristãos, deitaram-no fora no esgoto público de Roma. Porém o seu corpo foi recuperado e sepultado nas catacumbas por uma santa mulher chamada Luciana, no ano 287. Sebastião foi, assim, duplamente agredido e martirizado com extrema violência. Primeiro, depois daquela saraivada de flechas, ficou esvaindo-se em sangue, amarrado a uma laranjeira; da segunda vez, quando ousou aparecer diante de Maximino, foi barbaramente agredido à cacetada diante da multidão até ao martírio. Pela violência que suportou, bem poderemos considerar São Sebastião um padroeiro contra a violência. E vivemos num tempo de tanta violência! Violência física que ganha contornos gravíssimos em todos os tipos de violência doméstica, nas agressões sexuais, nomeadamente a pedofilia; bem como a utilização das redes sociais para agredir, caluniar e difamar pessoas inocentes. São Sebastião, pelo poder da sua intercessão, nos livre, a nós, às nossas famílias, as nossas cidades, de agressões de qualquer tipo. Peçamos-lhe também que obtenha do céu para os que usam de violência, o perdão e a mudança do coração.

Considera, pois, como o mal, todos os tipos de violência, a falta de respeito pela vida humana, tão presentes em Roma no tempo de São Sebastião, se multiplicam em nossos dias. São Sebastião andou em contramão, vivendo como discípulo de Jesus. Entre ir na onda ou fazer frente à violência, qual é a tua opção? Como propósito deste dia da nossa novena, pede a São Sebastião que proteja a tua vida de qualquer espécie de violência e te alcance a graça de ser construtor da paz.

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Nono dia: São Sebastião protetor conta a peste, a fome e a guerra icon-mostrar-texto.png icon-ocultar-texto


Em Portugal e no Brasil, e um pouco por todo o Ocidente, existe uma genuína devoção ao mártir São Sebastião. Embora muitos pais, mesmo cristãos, escolham nomes mundanos para os seus filhos, preferindo-os aos nomes da tradição cristã, ainda são muito os portugueses e os brasileiros com o nome Sebastião. Crianças batizadas com o nome do nosso santo, paróquias que o têm por padroeiro, igrejas que o festejam como orago, e até bairros e cidades a ele se vinculam - a mais conhecida, a “Cidade Maravilhosa”, cujo nome oficial é "São Sebastião do Rio de Janeiro" - provam bem a devoção do povo ao nosso mártir. São Sebastião é conhecido em todo o mundo como o “santo padroeiro dos atletas”, um modelo de extraordinária força física e espiritual para os militares e atletas de todas as modalidades. Aliás, a sua representação mais comum é a de um jovem de porte atlético, cheio de flechas. É também muito invocado no combate às epidemias. No século VII, cerca de 400 anos após o seu martírio, as relíquias de São Sebastião foram trasladadas das Catacumbas para uma enorme igreja romana, perto do cemitério de São Calisto, que o tem por orago. Quando as relíquias eram transportadas terminou uma terrível epidemia que grassava em Roma e Pavia, pelo que São Sebastião passou também a ser venerado como padroeiro contra a peste, a fome e a guerra. Já no final do século XVI, quando a peste, em 1599, devastava Lisboa e, uns anos antes, em 1575, a cidade de Milão, a invocação de São Sebastião foi muito eficaz para lhe pôr termo. Há 102 anos, a população do Rio de Janeiro fez frente à epidemia de gripe espanhola invocando São Sebastião. A Igreja de São Sebastião de Vargem Grande, construída em cumprimento de um voto, é disso testemunha.

Considera, pois, o poder da intercessão de São Sebastião, comprovado por gerações e gerações de cristãos. Como propósito deste último dia da novena, junto a uma sua imagem, pede a São Sebastião que interceda pelo fim das pandemias que, nos nossos dias, semeiam a morte, o medo e a fome.

3. Ladainha de São Sebastião

Senhor, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.


Cristo, ouvi-nos. Cristo, ouvi-nos.
Cristo, atendei-nos. Cristo, atendei-nos.


Deus, Pai do Céu, Tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, Tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, Tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, Tende piedade de nós.


Santa Maria, Rainha dos Mártires, rogai por nós.


São Sebastião, Mensageiro da Paz,
Valente defensor do Evangelho,
Fiel imitador dos Apóstolos,
Invencível atleta da fé,
Protetor contra as guerras,
Radiante luzeiro de justiça e caridade,
Defensor poderoso contra a fome e as epidemias,
Patrono e modelo dos militares,
Socorro nas doenças e calamidades,
Promotor da paz entre os homens,
Consolação e esperança dos prisioneiros,
Guerreiro defensor dos teus devotos,
Advogado dos desesperados e dos pecadores,
Porta-estandarte da Cruz,
Auxílio em nossas necessidades,
São Sebastião, dolorosamente transpassado pelas setas,
São Sebastião, que foste cruelmente humilhado e açoitado,
São Sebastião, que sofreste um duplo e heroico martírio,
São Sebastião, que a tudo renunciaste para ganhar a Cristo,
São Sebastião, como manso cordeiro levado ao sacrifício,
São Sebastião, confortado por anjos no martírio,
São Sebastião, intercessor nosso junto do trono do Altíssimo,
São Sebastião, honra e glória da Igreja triunfante,

roga por nós


Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.


Rogai por nós, glorioso São Sebastião. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amem.


Oremos: Deus omnipotente e misericordioso, concedestes a São Sebastião a graça de superar as torturas do martírio. Concedei que, celebrando o seu triunfo, passemos invictos por entre as ciladas do inimigo, graças à vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amem.

4. Oração Conclusiva

Glorioso Mártir São Sebastião, valoroso soldado de Cristo, corajoso defensor do Santo Nome de Jesus, dirijo-te as minhas preces confiando na tua intercessão junto de Deus Criador e Omnipotente! São Sebastião, que, pelo suplício a que te submeteram, te tornastes o médico que cura as feridas da alma e do corpo, afasta de nós as epidemias e as doenças contagiosas, as dores físicas e morais (e alcança-me a graça…) que ardentemente desejo. Amem.


Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.


Jesus Misericordioso, que nos destes o Mártir São Sebastião como intercessor.
Jesus, eu confio em Vós.


Meditações do Cónego Armando Duarte
Basílica dos Mártires, Festa do Batismo do Senhor de 2021