Santa Filomena em Portugal

Festividades em 2025

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11 de janeiro

Basílica dos Márties, Lisboa
Festa de Natividade e Patrocínio de Santa Filomena

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No dia 10 de janeiro celebra-se a natividade de Santa Filomena, uma das 3 festas importantes da "princesa" mais linda.

Na Basílica dos Mártires em Lisboa, assinalamos a data no sábado, dia 11, na missa das 17h, antecedida da coroínha e das outras orações habituais.

As cerimónias tiveram transmissão direta através da página do facebook da Basílica dos Mártires.

Durante a santa Missa, com os cânticos entoados por dois membros dos Arautos do Evangelho, e, tal como tem vindo sendo habitual, o celebrante Cónego Armando procedeu à bênção do óleo sacro e à sua distribuição pelos devotos de Santa Filomena.

Do, notável como sempre, sermão do Rev. Cónego Armando, um dos mais empenhados sacerdotes na divulgação da fé em Santa Filomena em Portugal, fazemos a transcrição integral:

Sermão

Ontem foi um dia grande! A “Santinha” de Cura D’Ars, também ela venerada, de modo particular, por São Pio de Pietrelcina que, desde criança, lhe chamava “princesinha do Paraíso”, fez anos.

Como sabemos? Santa Filomena fez essa e muitas outras revelações à irmã Maria Luísa de Jesus uma mística que vivia no Retiro Olivella, em Nápoles. A Pia Revelação da Irmã Maria Luisa de Jesus foi aprovada pelo Suprema e Sacra Congregação do Santo Ofício, a atual Congregação para a Doutrina da Fé, em 21 de dezembro de 1833, porque nada na narração é contrário à fé católica, incluindo, naturalmente, a indicação da data do nascimento de Santa Filomena.

Juntamos a Festa da Natividade, que ocorreu ontem, dia 10, à Festa do seu Patrocínio que, no Santuário de Mugnano del Caldinal se celebra no domingo a seguir ao dia 10 de janeiro, tal como nós estamos a fazer neste Ano Jubilar de 2025, e continuaremos a fazer no futuro.

É grande e digno de ser celebrado o Patrocínio de Santa Filomena … Ela é patrona dos jovens e, especialmente dos bebés e das crianças; é a consoladora dos aflitos e dos encarcerados; é o refrigério dos que estão em sofrimento e dos doentes; o auxílio dos pobres e dos órfãos; é ainda a consoladora das mães em desespero que a invoquem para ajuda dos filhos nas coisas materiais e espirituais; é pronto auxílio para os estudantes, sobretudo na época dos exames; é patrona dos recém casados, e já muitas vezes alcançou aos casais estéreis a alegria da maternidade; sobretudo, é o amparo dos seus devotos conduzindo-os ao amor de Cristo e de Maria.

É natural que Santa Filomena sinta de uma forma especial as dores dos casais com dificuldade em procriar, situação que muito afligiu os seus próprios pais. Gente importante, reis de um pequeno estado das periferias do Império romano, ansiavam por quem lhes sucedesse. Um tal Públio, que vivia na Corte e era cristão, falou-lhes de Cristo, garantindo-lhes que, se aceitassem ser iluminados pelo Deus Verdadeiro, a quem nada é impossível, alcançariam a graça que tanto desejavam. Tal como Cornélio, o centurião romano que aparece hoje na Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos, os pais de Filomena acolheram o “kerigma” cristão que lhes foi feito, não por Pedro, mas por Públio: abraçaram a fé, receberam o Espírito, foram batizados e passaram a fazer parte da comunidade de Jesus (cf. At 10,44-48). Curados da sua cegueira da alma, Deus curou-os também da sua esterilidade, alegrando-os com o nascimento de uma menina, a quem puseram o nome de Filomena, isto é, Filha da Luz. Teve a graça de, ainda criança, conhecer Jesus Cristo e de viver numa comunhão de vida com Ele. Tudo começou num ato de amor perfeito – tão perfeito quanto uma criança é capaz – ao qual o Senhor, que tudo pode, respondeu iluminando a sua alma e concedendo-lhe as graças que precisava para ser fiel até no martírio.

Na verdade, foi isso que Jesus pediu a Filomena: o martírio. Primeiro, um martírio de amor quando, por amor a Jesus, estava disposta a renunciar ao amor aos próprios pais que não resistiram às seduções do mundo, querendo arrastá-la a ter comportamentos incompatíveis com a pertença a Jesus Cristo. Na força do Espírito Santo, com que fora ungida do Batismo, resistiu aos próprios pais. Ao contrário deles, Filomena nunca duvidou das palavras que se ouviram do Céu, quando Jesus desceu ao Jordão para santificar as águas em que somos batizados: “Este é o meu Filho muito amado: em Ti que pus toda a minha complacência” (Lc 3, 22).

Não raro Deus exige aqueles que o amam o mesmo que exigiu ao Servo de Javé, essa figura do Deutero-Isaías que se cumpriu em Jesus. Aparece na primeira leitura de hoje: O Servo é apresentado como um predileto de Javé, chamado para o serviço de Deus, enviado por Deus aos homens de todo o mundo. A sua missão cumpre-se no sofrimento e numa entrega incondicional à Palavra. O sofrimento do profeta tem, contudo, um valor expiatório e redentor, pois dele resulta o perdão para o pecado do Povo. Deus aprecia o sacrifício deste “Servo” e recompensá-lo-á, fazendo-o triunfar diante dos seus detratores e adversários.

Como o Servo de Javé, Filomena, “Filha querida de Jesus e Maria”, não foi poupada a grandes sofrimentos, que culminaram no martírio donde adveio para todos nós, graça sobre graça. Quão grande é o teu patrocínio, Santa Filomena!

Nesta Basílica, onde tu estás porque a Mãe de Jesus aqui te quer, Filomena, como “sua filha querida”, faz-nos bem escutar, dirigidas a todos nós, as palavras que, no meio daqueles “trabalhos” com que te identificaste com Jesus na Sua dolorosa Paixão, a Senhora dos Mártires Te dirigiu de viva voz — “Coragem, querida filha! Querida acima de todas porque tens o meu nome e o nome de Meu Filho. Tu chamas-te Lumena ou Luz. Meu Filho, teu Esposo, chama-Se Luz, Estrela, Sol. E eu, como Ele, não me chamo Aurora, Estrela, Lua, Sol?

Palavras que são garantia do Seu “colo materno”, que a Mãe não regateia a nós, seus filhos, e que tu experimentaste, ó Santa Filomena! Alcança-nos a graça de o poder experimentar também ao longo deste Ano Jubilar, em que somos convidados a ser, com toda a Igreja. “peregrinos da Esperança”.

Cónego Armando Duarte
Basílica dos Mártires, 11 de janeiro de 2025


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Rev. Cónego Armando Duarte
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Bênção do azeite
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Arautos do Evangelho
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Para completar esta informação, visite também a nossa página sobre o Patrocínio de Santa Filomena